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Sexta-feira, 29 de março de 2024

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SEM SOCORRO

Familiares de ribeirinho morto por lancha em Barão de Melgaço pedem justiça

Foto: Reprodução

Tito deixa quatro filhos, entre eles Thayna

Tito deixa quatro filhos, entre eles Thayna

Os familiares de Antônio André Padilha, de 48 anos, ribeirinho que morreu na tarde do último sábado (13), após ter sua canoa atropelada por uma lancha, na comunidade de Estirão Comprido, no município de Barão de Melgaço (113 km de Cuiabá), pedem justiça pela vida do pescador às autoridades. Em entrevista dada ao programa Ronda Policial, os filhos de Tito, como era conhecido, relatam o sofrimento da perda.


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Thayná Keisy Brandão Padilha, filha do pescador, exige que o acidente seja investigado e o proprietário da lancha, Eliel Marcos Lagni, condenado pela morte do pai. Segundo ela, Eliel estaria alcoolizado quando atingiu a canoa do pai.

“Ele é pescador, ele vivia disso, como a pesca já tá liberada ele não estava errado, ele saiu naquele horário para encontrar o amigo dele para pescar. É injusto porque é bebida, é farra e fez perder a vida de um homem honesto, humilde, um homem de família que deixa quatro filhos, um bom pai”, desabafa.

Para Thiago Kleber Brandão Padilha, o pai poderia ter sobrevivido se pelo menos Eliel tivesse prestado os primeiros socorros momentos após a colisão. O que, segundo testemunhas que estavam no local no momento do acidente, não aconteceu. “Porque na hora da ocorrência nem para acudir meu pai ele teve a capacidade. O que que ele fez? Fugiu do local do crime”, relata.

Uma testemunha, que não quis se identificar, revela que estava no rio no momento em que Tito foi atropelado. Segundo ela, após ter encontrado o pescador, a única lancha que passou pelo rio no momento do acidente, foi a de Eliel.

“Nós estávamos subindo o rio e seu Tito ia descendo. Ele passou por nós a uns 200 metros mais ou menos, virando a volta quando nós ouvimos esse barulho. Em seguida veio essa marajó [lancha], de cor vermelha, daí eu falei ‘acidente, atropelaram seu Tito’. Eles saíram rapidão, dai eu fiquei e iluminei ali ele e vi a marajó dele que era vermelha e branca, a única que passou nessa hora”, esclarece.

Ainda de acordo com a testemunha, é mentira que o condutor não tenha visto Tito, porque segundo ela, o pescador chegou a gritar, e além disso ele viu o momento em que Eliel parou a lancha após o acidente e em seguida partiu em fuga.
 
“Ele ainda nega o crime, ainda fala que bateu em um aguapé, mas ele viu sim, porque ele [Tito] gritou, ele deu uns dois gritos, ele gritou e eu vi que a marajó meio que entreparou na hora e depois falou ‘vamos, vamos, vamos, vamos’”, revela.

Atualmente, após ter pago fiança, Eliel está solto e a família de Antônio André Padilha, que era pai solteiro e deixa quatro filhos, entre elas uma menina de apenas 10 anos, pede justiça pela morte de Tito às autoridades.

“O que eu posso dizer é que queremos justiça. Estamos indignados porque aconteceu com meu pai mas também poderia ter acontecido com qualquer um, com qualquer outro morador aqui”, ressalta Thayná.

O caso

Antônio André Padilha, de 48 anos, morador da comunidade de Estirão Comprido, em Barão de Melgaço (113 km de Cuiabá), morreu no fim da tarde deste sábado (13), após seu barco de pesca ser atropelado por uma lancha, sob o comando de Eliel Marcos Lagni, no rio Cuiabá. O corpo de Antônio, popularmente conhecido como Tito, estava sendo procurado desde sábado (13) e só foi encontrado no começo da manhã deste domingo (14).

Segundo informações da Polícia Civil, o acidente aconteceu por volta das 19h de sábado (13). Na ocasião, uma lancha estava se preparando para desembarcar na Marina Tuiuiu quando atingiu o barco de Tito. A vítima ainda chegou a pedir socorro, mas acabou não sendo atendido pelos tripulantes da embarcação e se afogando. 

Na abordagem, feita momentos após o acidente, o condutor da lancha, que estava aparentemente alcoolizado, informou que era habilitado e que não sabia de nenhum acidente. Ele ainda chegou a dizer que tinha batido apenas no “galho de uma árvore” que descia junto com a vegetação do rio.
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