A terceirização de cuidadores da Escola Estadual de Educação Especial 'Livre Aprender', no bairro Areão, Cuiabá, é alvo de críticas dos pais. Aflitos, eles pontuam que o amor pela profissão e experiência com os estudantes deve ser levado em conta pela Secretaria Estadual de Educação (Seduc). A comunidade escolar tenta marcar uma reunião com o titular da Pasta, Alan Resende Porto.

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As primeiras mudanças aconteceram por conta da pandemia que levou pais e filhos a terem problemas emocionais. Apesar disso, contara com apoio da escola no desenvolvimento de atividades online. No início de 2021, houve também a mudança da gestão da unidade escolar.

Com a informação de um pregão eletrônico para contratação de uma empresa que ofertar o menor preço, os pais asseveram que os alunos estão acostumados com os profissionais da gestão anterior, que fizeram um trabalho pedagógico com muitos avanços ao desenvolvimento dos estudantes.

Tânia Silva Almeida é mãe de Davi Silva de Almeida, que possui deficiência múltipla e faz uso de medicamentos controlados. Ele tem 26 anos e estuda há mais de 20 na Escola Livre Aprender. Em entrevista ao Olhar Direto, ela pede que o Governo de Mato Grosso olhe com carinho para a comunidade escolar.

“Esse Governo está mexendo com pessoas e não com sacos que estão sendo depositados em sala. Lá tem profissionais capacitados para isso, que conhece a realidade do cuidar, de manter a alimentação, medicação. Sem contar o carinho que eles têm”, disse. “Terceirizando, eles contratam muitas vezes, profissionais que não são qualificados. Eles pagam bem menos, que dá até vergonha. É uma falta de respeito com o profissional”, acrescentou.  

Várias propostas são apresentadas pelo grupo para garantia de ensino de qualidade e alcance da autonomia dos alunos. São elas: Que as atribuições e contagem de pontos levem em conta não só títulos, tempo de serviço (experiência), mas que haja uma avaliação com profissional de psicologia para avaliar o perfil e teste de aptidão (extensivo aos profissionais de outras áreas; Formação continuada dos profissionais; Salas com grau de comprometimento alto sem lotação; Revisão dos projetos desenvolvidos para que os alunos com maior grau de comprometimento; Recontratação da Equipe multidisciplinar; E abertura de mais três salas.

Outro lado 

Sobre a reunião com Alan Porto, a Seduc disse que o encontro foi cancelado a pedido da presidente da Associação de Amigos do Autista do Estado de Mato Grosso (AMA), Kelly Cristina Viegas.

Kelly, em contato com o Olhar Direto, afirmou que o pedido de cancelamento só foi feito porque Alan não estaria presente porque estava viajando. Logo, foi deliberado que seria melhor aguardar que o secretário voltasse e pudesse participar.

Em relação à troca de profissionais, pontuou que os professores que atuam na classe hospitalar e atendimento domiciliar se inscreveram para a EE Livre Aprender. Por terem mais pontos, ocuparam as vagas. A maior pontuação significa que são profissionais que realizaram mais cursos de capacitação.

Já no que se refere ao pregão eletrônico, a Pasta disse que é para contratação de cuidador educacional – nível ensino médio – para auxiliar alunos com dificuldade de locomoção, alimentação, entre outras. Esse cuidador não é professor e não atua dentro de sala de aula. A contratação do cuidador é feita quando solicitada pela escola.

*Atualizada às 17h49.