O prefeito do município de São José dos Quatro Marcos (310km de Cuiabá), Jamis Silva (Solidariedade), afirmou que tem sofrido pressão dos empresários, principalmente do ramo de bares e lanchonetes, por causa do novo decreto estadual, que aplica medidas mais restritivas para tentar frear a disseminação do novo coronavírus (Covid-19). Segundo ele, no entanto, há pontos em seu decreto municipal que eram mais restritivos do que o do decreto de Mauro, como em relação à proibição de eventos.

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“Estou tendo muita pressão do comércio, principalmente quem trabalha na parte de lanches, lanchonetes, eles estão apertando a gente de todas as formas, e a gente está fazendo de tudo para seguir a norma. Nós fizemos um decreto do município, restringindo eventos, pequenos eventos, e aí a gente teve um apontamento, uma recomendação do Ministério Público para a gente estar acompanhando o decreto do governo do Estado”, afirmou o prefeito na tarde desta sexta-feira (5).

No início da semana, o governador Mauro Mendes (DEM) emitiu um decreto implantando toque de recolher às 21h em todo o estado, e fechamento do comércio às 19h de segunda a sexta-feira e às 12h aos sábados e domingos. O Tribunal de Justiça e o Ministério Público determinaram que o decreto estadual é impositivo em relação aos municípios e, por isso, os prefeitos não têm autonomia para afrouxar as medidas de biossegurança.

Jamis, por exemplo, teve que modificar alguns pontos em seu decreto municipal, como a liberação de delivery até meia-noite. Para seguir o Estado, os serviços de delivery só devem funcionar até 23h. O município, no entanto, havia proibido qualquer tipo de evento, o que é permitido pelo Estado (desde que com o máximo 50 pessoas, e/ou no máximo 30% da capacidade do local).

“Com esse novo decreto que fizeram lá agora, está abrindo eventos. Pequenos eventos estão abrindo. No outro decreto que eu fiz, estava restringindo qualquer tipo de evento. Se for para eu seguir o do governo, eu vou abrir eventos. As escolas, no nosso decreto estava proibido até escola particular”, afirmou. “O decreto que a gente tinha lá era liberando o comércio. Estava seguindo o governo, mas escolas não voltavam, nem particular, e no decreto abre uma brecha. Só que não impede também de a gente usar o mesmo decreto do governo e fazer medida mais restritivas”, afirmou.