O estado de Mato Grosso apresentou um aumento de 79% na exploração de madeira ilegal em áreas protegidas entre os anos de 2018 e 2019. De acordo com o mapeamento realizado pelo Instituto Centro de Vida (ICV), em parceria com a Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema-MT), a área total explorada (entre madeira legal e ilegal) é 60% maior que no biênio anterior. Ao todo foram 457 mil hectares de florestas nativas exploradas no estado no período, que vai de agosto de 2017 a julho de 2019.
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Do total mapeado no período, 289 mil hectares (63%) foram explorados com autorização válida e dentro de área autorizada pela Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema/MT). Já 168 mil hectares (37%) foram explorados ilegalmente, o que representa uma diminuição na proporção da ilegalidade na exploração madeireira do estado. No período anterior, 39% da atividade foi ilegal.
Os dados são do "Mapeamento da ilegalidade na exploração madeireira em Mato Grosso entre 2018 e 2019", estudo recém-publicado pelo ICV. A análise foi baseada no Sistema de Monitoramento da Exploração Madeireira (Simex), elaborado pelo Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon), e com adaptações incorporadas pelo ICV e Sema/MT.
No biênio de 2014 a 2015, o estado contabilizou uma média de 41% de ilegalidade nas áreas de extração madeireira, e de 2016 a 2017, 39%. No novo período monitorado, a média baixou para 37%. Apesar de proporcionalmente menor, a atividade ilegal superou em tamanho de área o período anterior avaliado, quando foi contabilizado 112 mil hectares
Mato Grosso é o principal fornecedor de madeira nativa brasileira e a atividade é base econômica de 44 municípios do estado. Tem 3,7 milhões de hectares de área sob manejo florestal e gera cerca de 90 mil postos de trabalho diretos e indiretos.
CATEGORIZAÇÃO DA EXPLORAÇÃO ILEGAL
Da área total explorada ilegalmente, 116,3 mil hectares (69%) incidiram em imóveis rurais cadastrados, seguido pelas áreas sem categoria fundiária definida com 25,8 mil hectares (15%), 16,6 mil hectares em terras indígenas (10%), 5,6 mil hectares em unidades de conservação (3%) e 3 mil hectares em assentamentos rurais (2%).
Dos 168 mil, mais de 22 mil hectares das áreas exploradas ilegalmente se deram em áreas protegidas. A área representa um aumento de 79% da exploração madeireira ilegal nas áreas protegidas do estado em relação ao biênio anterior, quando foram mapeados 12,4 mil hectares.
Foram 20 Terras Indígenas (TIs), o que simbolizou um aumento de 139% na área explorada nessa categoria em comparação ao período anterior, e sete Unidades de Conservação (UCs) impactadas.
Nos projetos de assentamentos federais (PAs), a exploração madeireira ilegal totalizou mil hectares distribuídos em 15 assentamentos, o que indicou uma redução de 16% na área total explorada ilegalmente da categoria em relação ao biênio anterior.
Dos dez municípios com maior registro de explorações ilegais, oito também figuram no ranking da exploração madeireira legal.
*Com informações da assessoria