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Quinta-feira, 18 de abril de 2024

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Mês azul marinho e lilás

No mês da conscientização sobre o câncer de colo de útero e colorretal, especialista alerta sobre prevenção

Foto: Reprodução

No mês da conscientização sobre o câncer de colo de útero e colorretal, especialista alerta sobre prevenção
Todos os meses temos a oportunidade de conhecer ou relembrar informações sobre doenças, campanhas de saúde e mobilizações sociais. Azul marinho e Lilás são as cores da campanha do mês de março, que é marcado pela conscientização sobre os cânceres de colo de útero e colorretal. Os carcinomas, apesar de serem distintos, têm uma semelhança que pode contribuir para a evolução do tratamento: a descoberta precoce. Isto é, a vigilância constante associada a exames de rotina, tanto em casos assintomáticos como em sintomáticos, pode resultar em grandes chances de cura. 


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Lauzamar Roge Salomão, médico cirurgião da Clínica Oncolog, explica que quando as descobertas são feitas ainda no início, na maioria das vezes também significa que a doença ainda está em sua fase benigna. 

No caso específico do câncer de útero, ele demora cerca de 3 a 5 anos para se desenvolver e evoluir um câncer benigno para um câncer maligno. Quanto ao carcinoma do colorretal, o período é um pouco maior, cerca de até 10 anos. 

Em ambos os casos fatores ambientais e de exposição desempenham papéis importantes de influência no desenvolvimento da doença. Isto significa que a prevenção e a mudança de hábitos alimentares e até mesmo sexuais, por exemplo, se tornam os melhores antídotos da doença.

Câncer colorretal
 

O câncer colorretal é um tumor maligno que se desenvolve no intestino grosso, tanto no cólon como em sua parte final, o reto. Pessoas mais propensas a desenvolver essa doença são as que têm uma alimentação desequilibrada, com baixo teor de fibras e alto consumo de carne e alimentos processados, não fazem atividades físicas e fumam. 

“Todas essas situações predispõem e induzem que as células benignas do intestino grosso sejam transformadas em células malignas. A partir de então, essas células começam a se proliferar de uma forma diferente e consequentemente é formado o tumor. É a consequência das células erradas que vão crescendo e formando uma massa”, explicou o especialista. 

Pessoas com idade superior a 60 anos são as que apresentam a maior incidência da doença. Por isso, é importante que o exame de diagnóstico, a colonoscopia, seja realizado a partir dos 50. Isso porque a doença demora até 10 anos para se desenvolver. Caso as células cancerígenas sejam identificadas logo no início, é possível optar por um tratamento menos invasivo e com maior chance de cura. 

“O exame vai analisar internamente as paredes do intestino e aí é possível fazer o diagnóstico desde uma verruga até uma lesão na parede interna do intestino com formação tumoral. Se a pessoa tiver caso na família ou algum sintoma, é importante fazer o rastreio antes. A predisposição genética ainda existe, mas são casos menos frequentes”, explica o cirurgião.

Casos sintomáticos demandam maior atenção no que se refere a constatação do aumento no número de evacuações, consistência alterada das fezes, presença de sangue vivo e cólicas na hora de utilizar o banheiro. Quando descoberta a doença, dependendo do estágio em que ela se encontra, o especialista analisará qual o melhor tratamento a ser seguido.

“No estágio inicial a doença é curável por cirurgia e a quimioterapia não é necessária. Quando há a disseminação para outras células há a necessidade de tratamento adjuvante, com quimioterapia. Em fase avançada, quando há sangramento e risco de obstrução, a radioterapia pode ser iniciada associada à quimioterapia, antes da cirurgia, visando a diminuição do tumor para que o procedimento seja feito”, finalizou. 

Câncer de colo de útero
 
Quanto ao câncer de colo de útero, o risco maior se concentra nas relações sexuais desprotegidas. Lauzamar conta que isso ocorre porque o causador da doença são alguns tipos do vírus Papilomavírus Humano (HPV) ou, em alguns casos, devido a traumas recorrentes na região do colo do útero. 

“Homens contaminados pelo HPV contaminam as mulheres que têm relação sem preservativo. A partir de então, aparecem verrugas que, se não tratadas, podem se desenvolver para um câncer. Se a mulher não cobra essa proteção em suas relações sexuais, existe um risco muito grande de infecção. É importante frisar que é preciso fazer relação protegida e ir ao ginecologista com frequência”, pontuou.

Por meio do exame preventivo, mais conhecido como Papanicolau, é possível visualizar as verrugas e detectar células anormais e cancerígenas. A faixa etária de pessoas incidentes depende da faixa de exposição sexual, mas varia entre mulheres de 25 a 30 anos. Em estágio inicial, a doença demora de 3 a 5 anos para se desenvolver. 

“Muitas das vezes não têm sintomas. Existe um corrimento, por vezes um sangramento no pós-coito que a mulher deixa passar. Quando ela percebeu, o sangue aumentou, a secreção aumentou e isso só é visível no exame ginecológico. Mulheres em atividade sexual ativa devem procurar o médico a cada seis meses para identificar”. 

O tratamento, assim como para o câncer colorretal, depende do estágio em que a doença foi descoberta. Em estágios iniciais é possível fazer a retirada das feridas por meio da conização (retirado um fragmento do colo uterino em formato de cone). Em casos mais graves, é possível até que seja feita cirurgia para retirada do útero, da bexiga e do intestino. Quimio e radioterapia também podem ser recomendadas. 

No Brasil, existe campanha de vacinação contra o HPV para meninas e meninos a partir dos 9 anos de idade. Essa medida reduz a possibilidade de contágio pelo vírus, mas, ainda assim, algumas cepas não são contempladas na vacina. O médico orientou que a melhor alternativa para evitar a doença ainda é o uso do preservativo.

“Mesmo com a vacina essa pessoa não está 100% protegida. Esse tipo de doença é mais incidente em populações de países subdesenvolvidos, porque em outros países há a orientação para o uso de preservativo”, finalizou Lauzamar.

(Com assessoria)
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