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BARÕES E POLÍTICA

Wilson afirma que políticos se entregaram ao agronegócio e defende industrialização de MT

18 Abr 2021 - 15:02

Da Redação - Airton Marques / Do Local - Max Aguiar

Foto: Rogério Florentino Pereira/ Olhar Direto

Wilson afirma que políticos se entregaram ao agronegócio e defende industrialização de MT
O deputado estadual Wilson Santos (PSDB) criticou duramente o modelo de desenvolvimento econômico em Mato Grosso. Afirma que o estado deve debater sua industrialização, mas que o tema não avança, pois a classe política se acovardou ao se aliar com os grandes produtores rurais que hoje, além do poder econômico, também detêm o poder político.


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“O poder econômico acabou tomando o processo político no estado. Desde 2002, todos os governadores foram eleitos com o apoio importante do agronegócio. Isso quando eles próprios não lançaram candidatos, como o caso do (ex-governador) Blairo Maggi, que venceu as eleições em 2002 e foi reeleito em 2006. Há 20 anos em Mato Grosso quem está dando as cartas políticas se chama agronegócio, que tem o poder econômico e agora político”, afirmou, durante reabertura da Comissão da Renúncia e Sonegação Fiscal da Assembleia Legislativa, na última semana.

“Segmento político se acovardou e se entregou aos novos donos da economia estadual. Atualmente, se não compor (com o agronegócio) não se elege. Aí, a gente deixa de discutir o futuro das cidades”, completou.

De acordo com o tucano, que preside a comissão, o agronegócio não tem interesse na industrialização do estado. Segundo ele, a industrialização só será defendida pelos produtores caso isso traga alguma vantagem financeira para eles. Caso contrário, Wilson garante que o setor irá continuar orientando a sua base política no caminho da exportação.

Para o deputado, o modelo econômico atual faz com que a riqueza de Mato Grosso se concentre nas mãos de “meia dúzia” de famílias. Garante que a industrialização é necessária para distribuição de renda, já que o agronegócio produz poucas vagas de trabalho.

“A soja faturou de 2016 a 2018, durante três anos, R$ 121 bilhões e pagou 2,9% de imposto. A pecuária faturou R$ 73 bilhões, pagou 2,72%. O algodão faturou R$ 26,6 bilhões nesse período e pagou de ICMS 1,37%. Esse modelo interessa a quem? Nós aqui o dia inteiro correndo atrás de enfermaria, UTI e cesta básica; povo tá passando fome”, declarou.

Para afirmar que o setor não se preocupa com a distribuição de renda, Wilson citou o caso do produtor rural Elusmar Maggi Scheifer, dono do Grupo Bom Futuro, que realizou a doação de R$ 1 milhão ao Internacional. Valor corresponde a multa que deve ser paga para que o lateral Rodinei participasse de uma partida decisiva do Campeonato Brasileiro.

“Do valor de uma casa de soja, 3 a 4% é para pagar salários. Não são estudos da Assembleia, mas do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), que é ligado a Aprosoja e Ampa. É uma agricultura altamente tecnológica, em que não precisa de homens para desmatar, se gradeia com máquinas, assim como sementear e colher”, pontuou.
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