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Quinta-feira, 18 de abril de 2024

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Dados da Delegacia da Mulher

Pedra 90 e outros nove bairros concentram quase 20% das ocorrências de violência doméstica da Capital

Foto: Rogério Florentino/Olhar Direto

Pedra 90 e outros nove bairros concentram quase 20% das ocorrências de violência doméstica da Capital
Pedra 90 e outros nove bairros de Cuiabá concentram sozinhos 18,5 % das ocorrências de violência doméstica atendidas pela Delegacia Especializada de Defesa da Mulher da Capital (DEDM) durante o ano passado. Os dados constam no levantamento de dados do 4º Anuário Estatístico 2020 da unidade, divulgado  pela Polícia Civil. 


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O documento organizado pela delegacia especializada traz o perfil socioeconômico das vítimas atendidas, assim como dos agressores, com base nas informações coletadas pela equipe de atendimento.

De acordo com informações do documento, os bairros que concentram a maior quantidade absoluta de registros são: Pedra 90 (75 registros), Dom Aquino (45); Dr. Fábio e Tijucal (38); CPA 4 (37); Jardim Imperial (34); Santa Isabel (31); CPA 3 (29); Centro Sul (28) e Boa Esperança (27).

A delegada titular da DEDM Cuiabá, Jozirlethe Magalhães Criveletto explica que embora os dez bairros citados concentrem a maior parte das ocorrências, há registros de violência doméstica na maioria da cidade. “Isso não significa que não tenha havido ocorrências em outros bairros que não aparecem nas estatísticas. A violência doméstica está pulverizada e em todas as camadas sociais”, explica
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Perfil das vítimas

Em relação ao perfil das vítimas atendidas pela DEDM durante o ano passado, o anuário traz informações como declaração da cor, estado civil, faixa etária, escolaridade, profissão, se tem filhos e vínculo com o agressor.

A maioria das mulheres que busca o atendimento da DEDM está na faixa de idade entre 35 e 45 anos e se declara parda. O estado civil é solteira, o que representa aproximadamente 37% do total de vítimas atendidas. São mulheres jovens, que buscam auxílio para sair do ciclo da violência e muitas vezes necessitam de uma ocupação com rendimento financeiro para conseguir superar a situação violenta.

De acordo com o órgão, a Delegacia da Mulher não é apenas o lugar onde a mulher agredida, submetida a abusos e violência de todas as formas procura atendimento para a repressão ao crime sofrido. É o lugar onde elas buscam acolhimento e amparo para recomeçar. “A delegacia também procura trabalhar ações que possam auxiliar as vítimas nesse sentido, mas é fundamental que a rede de acolhimento, com todos os órgãos, funcione amplamente”, pontua a delegada.

Escolaridade

A escolaridade declarada pelas mulheres atendidas pela delegacia é de ensino médio completo, concentrando 41,6% de registros. Já mulheres com ensino superior alcançou o percentual de 25,3% de registros. Somando os dois percentuais ao de vítimas que informaram ter o ensino superior incompleto, o total é de 67% das vítimas que possuem, no mínimo, o ensino médio enquanto apenas 1,8% das vítimas se declararam não alfabetizadas.

A titular da DEDM observa que mesmo que a maioria tenha uma capacitação mínima que pode buscar uma oportunidade de trabalho, há que se entender o que está por trás e impede essa mulher de buscar a independência financeira.

Ocupação 

Em relação à ocupação, 8,2% das vítimas atendidas pela DEDM em 2020 não informou a profi­ssão na ocasião do registro e 11,4% das vítimas se declararam do lar. Um percentual de 5,6% se declarou autônoma e 19,6% definiram a ocupação em categorias secundárias.

“São muitas mulheres que necessitam de assistência para buscar uma reprogramação e recomeço de sua vida, sem depender economicamente do ex-parceiro. E muitas são submetidas a situações como: ‘meu marido não me deixa trabalhar. Quando eu era solteira, trabalhava’”, pontua Jozirlethe.

A mulher entra em um ciclo de violência que muitas vezes ela não percebe, pois não há agressão física. Mas a agressão moral e psicológica está presente no dia a dia e a mulher também é colocada como a responsável pela educação dos filhos e cuidados com a casa.   “Até que ponto essa mulher deseja isso? Ela passa a acreditar que a vida dela é apenas aquilo, entra em um ciclo de abuso moral e psicológico, que a vítima muitas vezes não consegue enxergar como violência. E o companheiro a faz acreditar que a não precisa e nem deve trabalhar”, comenta a delegada.
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