O líder da quadrilha alvo da operação ‘Grão Branco’, deflagrada nesta quinta-feira (06), pela Polícia Federal e Ministério Público Federal (MPF), com objetivo de desarticular uma organização criminosa atuante no tráfico internacional de drogas, controlava toda a logística da sua mansão, localizada em Santa Cruz de La Sierra, na Bolívia, até ser preso e expulso para o Brasil em 2020. Depois disto, ele passou a comandar, com menos afinco, de dentro da cadeia, tendo ajuda de familiares do Estado do Paraná.
“O líder da organização é um brasileiro, condenado por tráfico no país e que estava morando em um condomínio de luxo na Bolívia, em uma mansão. De lá, controlava toda logística da droga. Era ele o responsável por controlar as aeronaves que vinham ao Brasil, as pessoas que ficavam nas pistas clandestinas e recebiam as drogas e também as viagens nos caminhões”, explicou o delegado da Polícia Federal, Adair Gregório, responsável pelo caso.
Em 2020, por meio da cooperação internacional com a Polícia Boliviana (CERIAN-Centro Regional de Inteligência Antinarcóticos), o líder foi expulso do país e entregue as autoridades brasileiras, iniciando o cumprimento da pena do crime. Seus familiares e outros integrantes da organização criminosa continuaram a comandar a logística de transporte da droga.
Porém, mesmo em uma unidade de segurança na cidade de Corumbá (MS), o preso continuava a se comunicar com o seu grupo. “Acreditamos que mesmo preso, ele exercia uma certa influência. Mas familiares passaram, a partir daquele momento, a exercer uma influência maior”, acrescenta o delegado.
Apesar de já estar preso, o homem – que até o momento não teve o nome divulgado – teve um mandado contra si cumprido nesta quinta-feira. Agora, ele deverá ser transferido de corumbá para um presídio maior.
Em entrevista coletiva na manhã desta quinta-feira, o delegado da Polícia Federal, Adair Gregório, responsável pela investigação, pontuou que o líder do grupo já teve empresas em Mato Grosso.
A Polícia Federal teve, durante as investigações, bastante trabalho para provar os crimes contra o homem. “Ele tomava todos os cuidados para não ser identificado. As pessoas nunca falavam o nome dele, tivemos que fazer um trabalho de investigação muito grande para provar que ele era o líder”.
Para tentar esconder o esquema criminoso, o homem e seu grupo usavam aplicativos de conversa mais sofisticados. “Eles evitavam utilizar o WhatsApp, acreditavam que conseguiriam escapar, mas a Polícia Federal, com todas suas ferramentas, conseguiu interceptar os diálogos”.
Com a prisão do líder da organização, familiares passaram a tomar à frente de toda a operação. Mesmo de dentro da cadeia, o ‘chefão’ continuava ainda a dar ordens, mas eram os parentes que continuavam com o ‘legado’.
Além do líder, que teve mandado de prisão cumprido na penitenciária, em Corumbá (MS), também foram detidos seus familiares, que ficavam no Paraná.
No total, foram cumpridos nesta quinta-feira 110 mandados judiciais, nos estados de Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Tocantins, Amazonas, Maranhão, Pará, Rio Grande do Sul, Paraná e São Paulo. Entre as ordens há 38 de prisão e 72 de busca e apreensão, expedidos pela 1ª Vara da Justiça Federal de Cáceres/MT.
A Justiça Federal determinou, também, a busca e apreensão de 10 aeronaves e o sequestro de todos os bens de 103 pessoas físicas e jurídicas investigadas. O valor total de bens sequestrado está sendo apurado.
As investigações tiveram início em janeiro de 2019, quando a Polícia Federal e o Grupo Especial de Fronteira – Gefron de Mato Grosso, apreenderam 495 kg de cocaína no município de Nova Lacerda/MT. No curso da operação, foram realizados mais de 10 flagrantes com apreensão de aproximadamente 04 toneladas de cocaína, aeronaves e veículos utilizados no transporte e a prisão de mais de 20 pessoas envolvidas com o crime.
Em razão da complexidade da operação, além da atuação da Polícia Federal, foi necessário o apoio da Força Aérea Brasileira, GEFRON/MT, PRF, PC/MT, PM/MT, PM/MS e PM/SP.
O nome da Operação “GRÃO BRANCO” deve-se ao transporte de grãos (soja, milho) do Estado de Mato Grosso para São Paulo para justificar as viagens das carretas que transportavam a cocaína.
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