O deputado estadual Dr. João (MDB) defendeu que a vacinação contra a Covid-19 seja feita nos postos de saúde para que seja mais fácil à população carente se vacinar. Segundo o parlamentar, cerca de 60% das mortes acontece entre pessoas das classes D e E, e ainda é preciso facilitar o acesso destas pessoas aos laudos médicos que comprovem suas comorbidades e direito à vacinação.
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“Eu perguntei para a secretária de saúde do município [se teria como] arrumar uma maneira da pessoa chegar no postinho onde ela é atendida e tem uma ficha lá. Pega uma ficha, passa para ela, assina, carimba da própria instituição da prefeitura do posto de saúde, aí ela comprova. Quantas pessoas vieram perguntar para mim - que tomam 3, 4 remédios de hipertensão e diabetes - porque não estão conseguindo [comprovar a comorbidade]?. Para as pessoas com planos de saúde está fácil. Nós temos que cuidar das pessoas que não tem. Falei ontem uma estatística: 60% das mortalidades é classe D e E. Da classe média está morrendo só 20 e poucos %. Então temos que tomar cuidado sobre isso”, defendeu.
O parlamentar participou, na última terça-feira (18), de uma audiência pública com o secretário de Estado de Saúde Gilberto Figueiredo a respeito da vacinação. Na ocasião, Gilberto criticou o fato de alguns prefeitos estarem incluindo grupos como prioritários, e afirmou que isso teria causado a ‘falta’ de segunda dose para outros. Dr. João também criticou esta inclusão.
“Temos que tomar cuidado por exemplo: aqui na Assembleia vários deputados fizeram indicação para a prioridade. O que que eu fiz? Eu segurei. Porque se eu for colocar aqui em votação, ninguém vai falar. Exemplo: eu mesmo tinha vontade de fazer uma prioridade excepcional para jornalista e caixa de supermercado. Não é prioridade? Mas o que que nós temos que fazer? Temos que seguir as normas do sistema nacional de imunização”, argumentou.
Dr. João ainda afirmou que o município não tem autonomia para definir plano de vacinação, apenas para medidas de restrição de circulação. Ele ainda defendeu, assim como o deputado Lúdio Cabral (PT), que a vacinação seja descentralizada.
“Vamos colocar vacina onde? Onde o cara mora. La no Pedra 90, no Osmar Cabral. Vamos colocar porque lá tem unidade de saúde. O paciente, o senhorzinho é idoso, tem que pegar três ônibus para chegar até o local. Em Rondonópolis, eu estive ontem á, eles colocaram 12 polos de vacinação nas unidades de saúde. E á a pessoa vai a pé. Ele mora perto da unidade de saúde. Então é isso que comentamos bastante ontem, demos essa ideia. Mas o secretário de saúde do estado não tem poder, autonomia porque é dos municípios”, disse.
O parlamentar ainda afirmou que muitas das pessoas que não foram tomar a segunda dose podem ter tido esta dificuldade de locomoção, e que o dever do município era ir até elas para completar sua imunização.
