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Terça-feira, 16 de abril de 2024

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Afastado em operação

Antenor Figueiredo revela que ficaria na Semob até julho e pensa em futura candidatura

Foto: Rogério Florentino / Olhar Direto

Antenor Figueiredo revela que ficaria na Semob até julho e pensa em futura candidatura
O ex-secretário de Mobilidade Urbana de Cuiabá (Semob), Antenor Figueiredo, suspenso do comando da Pasta, por determinação da Justiça, na ‘Operação Sinal Vermelho’, disse que havia um acordo com o prefeito Emanuel Pinheiro (MDB) para que ficasse como titular até a entrega dos 140 ônibus da nova frota do transporte coletivo. Contrariado com a investigação aberta contra si, ele disse não descartar uma carreira como deputado.


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“No início deste novo mandato, o prefeito Emanuel Pinheiro havia me dito que faria mudanças em algumas das Pastas e a Semob seria uma delas. Porém, pedi para que ele me deixasse até a entrega dos 140 novos ônibus na frota do transporte público. Seria para fechar com chave de ouro todo um trabalho que nós fizemos e ele aceitou”, disse o ex-secretário.
 
Porém, Antenor Figueiredo viu o sonho da entrega da nova frota do transporte coletivo, que finalmente saiu depois de mais de 20 anos, ser frustrado com a operação 'Sinal Vermelho', deflagrada no início de maio, pela Delegacia Especializada de Combate à Corrupção (DECCOR), após a conclusão dos trabalhos investigativos envolvendo a rede de semáforos adquiridos pela Prefeitura da Capital.  O dano ao erário, conforme a polícia, seria de aproximadamente meio milhão de reais.
 
Segundo Antenor, o relatório do TCE e a investigação da Polícia Civil confundiram o software com o dispositivo do BRT. “Não tem nada a ver isso, enjoei de mostrar isso. Até pensamos em usar o transporte coletivo, mas acabamos desistindo. Fizeram uma salada. Talvez, na época que o tribunal fez auditoria, estava tudo muito precoce. Estávamos começando a caminhar. Mas pergunto, o que tem de ver o software com o dispositivo?”.
 
O ex-secretário comentou que a situação foi tão estranha, que a sua suspensão se deu apenas para o comando da Secretaria de Mobilidade Urbana (Semob). “Eu poderia atuar e até comandar qualquer outra Pasta. Não tem sentido. Sou servidor de carreira, nunca respondi a nenhum Procedimento Administrativo Disciplinar (PAD). Eu e o prefeito decidimos que seria melhor concentrar na minha defesa neste momento”.
 
Durante o tempo em que ficou em casa, Antenor pontuou que voltou a pensar em ser candidato a deputado. “Dizer Antenor, você continua? Talvez não. Talvez eu encerre minha vida pública. Política? É algo a se pensar. Fui candidato a vereador três vezes, tive votação expressiva. Meu irmão foi eleito agora. Vou pensar o que farei da vida”.
 
“O povo cuiabano é testemunha do meu trabalho. É perfeito? Não é. Ainda há muito para se fazer, mas fizemos o melhor. Se der tempo, vou pensar na vida pública. Por enquanto, meu caminho é seguir para a aposentadoria. Nestes sete anos que ficamos à frente da Semob, acredito que a gestão Emanuel Pinheiro avançou 15 anos. Vou estar pronto para assumir uma vida pública, se assim minha família o permitir. Tinha um projeto de ser candidato a deputado, não sei se foi extinto isso”.

Inocência

“Quero provar minha inocência. Posso ser penalizado pelo Tribunal de Contas por uma vírgula errada, um ponto a mais, mas ilegalidade não houve, vou morrer dizendo isto. A questão é que tem de ser cada macaco no seu galho. Em nenhum momento foi dito que eu não poderia fazer a contratação porque estava ilegal. Se tivesse algo, obviamente eu não faria. No frigir dos ovos, deixaram a critério do gestor. Se houvesse qualquer suspeita, não assinaria nada”.
 
O afastamento, conforme o secretário, machucou bastante e deixará marcas.
“Machuca bastante. Meus olhos brilham quando eu falo de mobilidade porque eu vivo aquilo. Fui gestor do Mauro e quando Emanuel perguntou qual secretaria eu queria, disse que precisava voltar para terminar alguns projetos. Estou chateado pelo jeito que isso tudo foi conduzido. Depois de ter ouvido todo mundo, passados dois anos, fazerem uma interpretação equivocada como fizeram. Porque não me chamaram para explicar? Para o Antenor foi muito ruim. Vou levantar desta e estarei pronto para assumir uma vida pública se assim minha família permitir. Tinha projeto de ser candidato a deputado, não sei se darei continuidade nisto”, explicou.
 
Por fim, Antenor disse que, enquanto secretário, sempre aguentou “porrada” da oposição, mas o que mais marcou foi terem atacado a sua vida pessoal. “Quando se fala de ladroagem, prisão. Assim começa a ficar complicado. Isso dá um baque na pessoa. Confesso que fiquei cinco ou seis dias igual avestruz, muito chateado. Agora que encerrou o inquérito, posso falar. Provarei minha inocência a todo custo”.

Operação

O secretário de Mobilidade Urbana de Cuiabá (Semob), Antenor Figueiredo, foi afastado do cargo por determinação da Justiça. A ação faz parte da operação 'Sinal Vermelho', deflagrada no início de maio, pela Delegacia Especializada de Combate à Corrupção (DECCOR), após a conclusão dos trabalhos investigativos envolvendo a rede de semáforos adquiridos pela Prefeitura da Capital.  O dano ao erário seria de aproximadamente meio milhão de reais.

Os trabalhos partiram de análises realizadas por auditores do Tribunal de Contas do Estado (TCE-MT), por meio da qual foram identificadas diversas irregularidades no sistema de semáforos inteligentes adquiridos pela Prefeitura de Cuiabá ao valor de R$ 15.447.745,12.

A contratação ocorreu por meio de adesão a uma ata do município de Aracajú (SE). Os auditores do TCE identificaram a inviabilidade do funcionamento do controle remoto de priorização de transporte público adquirido pela Prefeitura de Cuiabá, pois em Aracajú há o modal BRT que viabiliza o funcionamento, enquanto que na capital mato-grossense não existe tal modalidade de transporte, impossibilitando o cumprimento dessa parte do objeto contratual.

Ao analisar o relatório de auditoria, a Delegacia de Combate à Corrupção verificou que ao promover a contratação na forma detectada, com a impossibilidade de realizar o controle remoto de priorização de transporte público, entende-se que houve um dano ao erário no valor de R$ 553.884,32 em face da liquidação do item 13 do Contrato nº 258/2017 “Software de Gerenciamento Semafórico Spinnaker/EMTRAC”, diante da impossibilidade de funcionamento, uma vez que há ausência de comunicação do sistema.

Após todas as análises dos documentos foi deferida judicialmente a  medida cautelar de afastamento do cargo do secretário de Mobilidade Urbana de Cuiabá, bem como o bloqueio de valores até o limite de R$ 553.884,32 (quinhentos e cinquenta e três mil, oitocentos e oitenta e quatro reais e trinta e dois centavos), em face do secretário, do representante legal da empresa contratada e nas contas da própria empresa.

 
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