O secretário de Estado de Saúde, Gilberto Figueiredo, afirmou que cada município tem autonomia para fazer ou não a “xepa” da vacina, ou seja, a vacinação de pessoas que não estão no grupo prioritário caso ‘sobrem’ doses no final do dia. Segundo o gestor, Cuiabá e Várzea Grande, por exemplo, que tem sistema de vacinação, poderiam inclusive chamar aqueles que já estão cadastrados.

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“Isso é autonomia, a estratégia de vacinação é municipal. É o município que define se vai fazer drive-thru, se vai utilizar das salas de vacina, se vai criar algum centro específico, um ou mais para fazer a vacinação. Não é o Governo do Estado o responsável pela estratégia da vacinação, e essa questão da xepa está decidida desde o início da campanha”, afirmou Gilberto, em entrevista à Rádio Tribuna Vila Real na última segunda-feira (21).

Em São Paulo, por exemplo, a fila da ‘xepa’ da vacina foi liberada para maiores de 18 anos. Isso porque cada frasco de imunizante vem com 10 doses, que só têm validade após algumas horas depois de o frasco aberto. Se ao final do dia não há mais candidatos à vacinação dos grupos prioritários, mas há doses dentro do frasco aberto, elas devem ser aplicadas em quem se prontificar.

Na última semana, em resposta ao Olhar Direto, as prefeituras de Cuiabá e Várzea Grande afirmaram que não planejam oferecer a “xepa da vacina”. As duas cidades explicaram que fazem um planejamento rigoroso e todas as doses dos frascos abertos são aplicadas no mesmo dia, sem desperdício.

Gilberto, por sua vez, defende que haja essa possibilidade. “Não se pode perder nenhuma dose. Aberto o vidro de doses, ele precisa ser consumido num espaço de horas determinado, então se você chega ao final do dia e resta dose no vidro, e aquele público que estava agendado para receber não compareceu, as equipes têm que entrar em contato, buscar um cidadão para aplicar essa vacina. O que a gente chama de xepa. Como os municípios estão utilizando a questão do agendamento, eles têm na lista de agendamento as pessoas para receber. Então eu quero crer que ocorre sim, talvez não com a publicidade que se espera, até porque o número de doses que a gente recebe não é tão grande assim, então essa procura não é tão significativa, mas não está proibido, o município tem autonomia para fazer sim”, afirmou.