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Quinta-feira, 28 de março de 2024

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TRAGÉDIA AMBIENTAL

Pesquisa aponta macaco-prego como espécie com maior mortalidade durante os incêndios no Pantanal em 2020

Foto: Jeferson Prado

Pesquisa aponta macaco-prego como espécie com maior mortalidade durante os incêndios no Pantanal em 2020
Os primeiros resultados da pesquisa sobre os impactos dos incêndios na fauna da Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN Sesc Pantanal)  mostram que o macaco-prego está entre os animais com maior mortalidade na área após os incêndios de 2020. Os pesquisadores também constataram a expressiva presença de animais vivos após a passagem do fogo, resultado da atuação da brigada existente há mais de 20 anos.


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O trabalho de pesquisa foi feito pelo Grupo de Estudos em Vida Silvestre (GEVS) e percorreu 400 km nos 108 mil hectares da maior reserva particular do Brasil para contar as carcaças em 423 parcelas de 1 hectare cada. Ao todo, foram encontradas 550 carcaças dentro das parcelas e 651 aos arredores e no trajeto. Dessas, a maior parte é de mamíferos, seguido de répteis e aves. O maior número detectado em uma parcela foi de 39 carcaças.

Os primeiros dados trazem a estimativa de três espécies de animais mortos  - jacaré, macaco-prego e queixada - e considerou como determinante para isso a distância de locais com água, devido à seca, e a severidade do fogo. Segundo a pesquisa, na área da reserva, equivalente à cidade do Rio de Janeiro, a estimativa é que tenha morrido 3.616 jacarés, 6.743 queixadas e 9.577 macacos-prego. 

De acordo com o biólogo, doutorando em Ecologia pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Ismael Brack, animais de médio e grande porte parecem ter sido mais afetados nos tanques e em áreas mais secas e florestais. "A severidade dos incêndios influenciou as fatalidades e se o combate não tivesse sido feito seria mais severo e as mortes também", avalia ele.

O diretor-geral do Departamento Nacional do Sesc, Carlos Artexes, destacou o esforço dos brigadistas no momento dramático vivido em 2020 e a importância das parcerias na pesquisa. "O Sesc tem o compromisso com a questão socioambiental e o que aconteceu no ano passado é um alerta para o futuro. A regeneração do Pantanal depende da natureza, de políticas públicas e união de todos que defendem a natureza e produzem conhecimento", completa. 

Além do Sesc Pantanal e o GEVS, a pesquisa é realizada por meio do apoio com o Instituto Ipê, Ampara Silvestre, ONG Mata Ciliar, SOS Pantanal, ONG É o Bicho, Instituto Curicaca, Fiocruz, Museu Nacional/UFRJ, UFGRS e Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT).

Entre as ações previstas nas etapas futuras está o monitoramento em ampla escala, avaliação do uso do espaço por grandes predadores (onças-pintadas e pardas) e espectro de presas, estimativa do tamanho das populações de grandes mamíferos, com destaque para o cervo-do-pantanal, na condição pós-incêndio e estimativa populacional e do uso do espaço pelo jacaré-do-pantanal, na condição pós-incêndio.
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