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Fávaro afirma que protesto de ambientalistas internacionais contra Ferrogrão tem motivação comercial e não ambiental

19 Jul 2021 - 15:18

Da Redação - Wesley Santiago/Do Local - Max Aguiar

Foto: Reprodução

Fávaro afirma que protesto de ambientalistas internacionais contra Ferrogrão tem motivação comercial e não ambiental
O senador Carlos Fávaro (PSD) disparou críticas a ambientalistas internacionais que estão preparando um protesto, no próximo mês, contra a construção da Ferrogrão, rodovia de mil quilômetros de extensão, que pretende ligar Sinop, em Mato Grosso ao porto de Mirituba, no Pará. Segundo o parlamentar, a motivação é comercial, disfarçada de ambiental.


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Fávaro elencou vários fatores que contam a favor do projeto: “É um contrassenso. Não vejo nada mais sustentável que uma ferrovia para tirar quatro mil caminhões das estradas. Trazendo segurança, menos combustível fóssil sendo queimado, menos pneu sendo gasto. Na realidade, o intuito disto é comercial, não é o meio ambiente”.
 
“Precisamos acabar com este paradigma no Brasil, de usar o meio ambiente para atrapalhar o desenvolvimento do país. Os brasileiros têm que se levantar contra isto. Temos a melhor produção sustentável do mundo. 67% do território totalmente preservado. Vamos continuar produzindo com sustentabilidade. Não é movimento pseudoambientalista que vai atrapalhar isto”, completou o senador.
 
Uma delegação internacional de ativistas e políticos de esquerda desembarca no Brasil no dia 15 de agosto para pressionar contra a construção da Ferrogrão. A comitiva é ligada à Internacional Progressista, entidade criada no ano passado pelo senador americano Bernie Sanders e pelo ex-ministro das Finanças da Grécia Yanis Varoufakis, e que reúne políticos, ativistas e celebridades de diferentes países.
 
Segundo o economista americano David Adler, coordenador-geral da organização, a delegação ainda está sendo fechada, mas deverá incluir parlamentares de países como Espanha e Alemanha, lideranças indígenas dos EUA, ativistas ambientais e sindicalistas. Também deverá haver representantes de países latino-americanos.
 
“Queria ver se no país deles, tem 67% de suas florestas totalmente preservadas, como é aqui. O crescimento do Brasil incomoda muito. A vocação de produzir alimentos, da forma que vem fazendo, se torna referência mundial. Foi assim com a soja, algodão, rebanho bovino, está sendo assim no etanol de milho, cana de açúcar. Isso incomoda o mundo, porque eles queriam continuar para o resto da vida dominando o mercado mundial”, explicou Fávaro.
 
ONGs e representantes do Ministério Público apontam para o dano que a obra causaria a uma vasta região na Amazônia. O trajeto corta, por exemplo, a Floresta Nacional do Jamanxim (PA), uma área de preservação ambiental, e pode afetar diversas comunidades indígenas que vivem nos arredores.
 
A previsão das entidades de sociedade civil é que haja o desmatamento equivalente a área da capital de São Paulo em uma importante região amazônica, cercada de reservas ambientais.  
 
Em postagem no twitter, o ministro da Infraestrutura, Tarcísio de Freitas, que esteve em Mato Grosso no fim da semana passada, ironizou o movimento contra o projeto. “O Brasil é o único país no mundo em que é preciso se esforçar para explicar que uma ferrovia é sustentável. A alternativa à Ferrogrão é a duplicação da BR-163/PA, por onde sobem hoje 2.000 caminhões por dia”.
 
Ainda conforme o ministro, parte da ferrovia usará o traçado da BR-163. Além disto, há projeto de recuperação de áreas de mata degradadas na região. Um milhão de toneladas de CO² estariam sendo deixados de emitir na Amazônia com a Ferrogrão.
 
Ao fim, o parlamentar mato-grossense foi enfático ao dizer que “’quem se colocar contra o desenvolvimento desta ferrovia, terá a forte oposição do senador Fávaro”.

Ação do MPF

Em outubro de 2020, o Ministério Público Federal e associações indígenas de povos do Xingu ingressaram com uma Representação ao Tribunal de Contas da União (TCU) requerendo a devolução do projeto para a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), até que essa cumpra a Consulta a todos os povos potencialmente impactados. A Representação foi considerada procedente pelo MPTCU e ainda será levada à votação pelo relator ministro Aroldo Cedraz.

Desde março deste ano, os processos relacionados ao projeto encontram-se suspensos pelo ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes, que acatou pedido liminar da ADI-6553 sobre ilegalidade da Lei 13.452/2017 que resultou da conversão da Medida Provisória (MP) 758/2016 para desafetação de 832 hectares do Parque Nacional do Jamanxim para viabilizar o traçado da Ferrogrão.
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