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Quinta-feira, 28 de março de 2024

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Açougue do CPA 2 distribui ossinhos a pessoas carentes há dez anos, mas viu procura aumentar na pandemia

Foto: Fabiana Mendes / Olhar Direto

Açougue do CPA 2 distribui ossinhos a pessoas carentes há dez anos, mas viu procura aumentar na pandemia
O açougue localizado no bairro CPA II, em Cuiabá, cuja ação de distribuir ossinhos ganhou repercussão nacional, faz a contribuição há dez anos. No entanto, o aumento significativo na procura aconteceu nos últimos meses por conta da pandemia do coronavírus, alta no preço dos alimentos e desemprego.


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Antes da grande procura, o local costumava fornecer os ossinhos a quem passasse pelo estabelecimento. No entanto, teve que organizar a distribuição e manter todas segundas, quartas e sextas-feiras.

Embora comece às 11h, por volta das 8h já chegam alguns moradores da região, que acordam cedo para ir caminhando até o açougue.  

Na capital mato-grossense, consumir ‘ossinhos’ é comum entre as pessoas mais pobres que buscam o alimento gratuitamente em mercados e açougues ou compram por um valor mais acessível que a carne. O tutano de boi, por exemplo, é usado em sopas e caldos para nutrir aqueles que tem problemas nas articulações.

Ana Lúcia Costa, 71 anos, sai de sua casa no bairro Doutor Fábio de bicicleta para buscar os ossinhos. Ao Olhar Direto, explicava o modo de preparo, quando a fila para receber as doações se formou.

“Eu primeiro coloco uma panela de água fervendo e passo da panela ferventando para a panela com alho, cebola e frito bem para tirar o óleo. Tem muito óleo, depois escorro e coloco água, quando não coloco uma mandioquinha”, disse ela, que seguiu em busca de seu alimento.

Antes de ir buscar os ossos, ela disse que há três anos não havia tanta procura como vê hoje no açougue.  “Eu lembro que quando comecei [pegar], eu ia na porta e eles davam e a gente ia embora. Não tinha esse tanto de gente, mas de um ano para cá, aumentou”.

De acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Mato Grosso teve 180 mil pessoas desempregados no primeiro trimestre de 2021. Paralelo a isso, o botijão de gás no Estado custa cerca de R$ 125 e é o mais caro do país.

Em Cuiabá, a cesta básica sai por R$ 594,99, se tornando a segunda mais cara do Brasil. A capital mato-grossense fica atrás somente da cidade de São Paulo, onde o valor é de R$ 595,87, conforme Pesquisa Nacional da Cesta Básica de Alimentos realizada pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese).

Olhar Direto ouviu a história de algumas famílias. Veja vídeo abaixo: 

 
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