Os detentos da Penitenciária Central do Estado, antiga Pascoal Ramos, decidiram terminar com a greve de fome. A manifestação teve início na última quinta-feira (3) e os presos pararam de comer para reclamar da superlotação no presídio. Nesta terça-feira, o presidente da Comissão de Segurança da Assembléia Legislativa, deputado Guilherme Maluf (PSDB), visitou a Penitenciária.

O parlamentar conversou com diversos presos, que fizeram uma série de reivindicações. Segundo os detentos, além da má qualidade, a comida servida está abaixo do peso sugerido pelos nutricionistas. Eles pedem aos responsáveis pelo presídio a aquisição de uma balança para pesar os marmitex.

Outra cobrança é com relação à morosidade da justiça. No presídio há muitos presos que já poderiam estar livres e outros que ainda esperam pela decisão judicial. “Conversei com um reeducando que está há dois anos esperando a sua sentença”, disse Guilherme Maluf.

Ele disse ainda que irá conversar com o presidente da Tribunal do Justiça, Mariano Travassos, sobre a possibilidade de realizar mais mutirões do Poder Judiciário no presídio. “Estes mutirões vêm dando resultado, infelizmente não está sendo suficiente para atender a demanda”.

A superlotação e a falta de médicos também foram cobradas pelos presidiários. De acordo com Maluf, a superlotação é um problema real de todo o Estado, mas que parte desse problema será resolvido com a nova unidade que está sendo construída dentro da Penitenciária Central. Serão abertas 400 novas vagas.

Ainda no local, Guilherme Maluf informou ao superintendente de gestão da penitenciária, major Airton Siqueira, que a Comissão de Segurança da AL fará um relatório sobre a visita e as reivindicações dos detentos e encaminha-lo ao Ministério Público Estadual. O parlamentar pretende também conhecer de perto a empresa que fornece a alimentação ao presídio. “A Comissão de Segurança tomará as providências de sua competência para resolver a situação, pois o Estado gasta e muito com presos. Temos que saber como estão sendo investidos os recursos destinados ao sistema prisional”, afirmou.