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Quinta-feira, 25 de abril de 2024

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PARDA E PINTADA

Perda da vida silvestre após queimadas em 2020 faz onças procurarem comida em região de ecoturismo no Pantanal

01 Ago 2021 - 14:01

Da Redação - Pedro Coutinho Bertolini/ Da reportagem local - Izabel Coutinho

Foto: Rogério Florentino - Olhar Direto

Perda da vida silvestre após queimadas em 2020 faz onças procurarem comida em região de ecoturismo no Pantanal
No ano de 2020, uma das maiores planícies alagadas das Américas, o Pantanal perdeu uma área de 560 mil hectares para o fogo. Quem vive no local sente os impactos das chamas até hoje. É o caso do pantaneiro e empresário, André Thourony que, há trinta anos no local, contou à reportagem que nunca tinha presenciado devastação de tamanha proporção. André explicou que uma das consequências foi a quebra da cadeia natural dos animais que habitam a região e, em específico, aos arredores de suas terras que hoje  contam com a presença inesperada de um casal de onças-pintadas com dois filhotes e uma onça-parda, também parida de duas crias.


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Com os incêndios descontrolados, foram devastados grupos inteiros de catetos, queixadas, antas, capivaras e outros que no local, eram espécies que serviam como presa às onças. Isso fez com que alguns felinos se retirassem dos locais completamente devastados para os lugares mais preservados em busca de alimento.

Consequência dessas alterações do curso natural do bioma atingiu a propriedade e  pousada de ecoturismo de André, Araras Eco Lodge. Local tranquilo e que oferece opções de lazer e descanso para seus hóspedes, a pousada conta um serviço turístico que consiste em trilhas e passeios à pé pelas terras pantaneiras.

O problema, segundo o pantaneiro, é que agora ele perdeu sua tranquilidade plena em prestar tais serviços pelo fato de que sete felinos predadores cercam os arredores das terras da região, que fica na Transpantaneira, entre Poconé e Porto Jofre.


“Esse ano, por conta dos incêndios que nos circundaram, pelo menos 7mil hectares foram queimados na fazenda Capão Alto, eles perderam ali os catetos, queixadas e bicharada que viviam lá, deixaram de existir por conta das queimadas. E uma grande onça que conhecemos na época da queimada, mudou para cá e trouxe uma fêmea e andaram copulando e já tiveram dois filhotes. Resumindo: em volta da minha propriedade eu tenho um macharrão, uma fêmea parida de dois filhotes e uma onça-parda também parida”, disse.

Outra consequência da devastação e aproximação das onças, conforme André, é a morte dos bichos de criação como bezerros, potros, bodes e cabras da pousada e do aras que acabam servindo de alimento para as os felinos que, anteriormente, predavam os animais silvestres do local.


“Por conta dos incêndios, as fazendas circundantes perderam vida silvestre, porque o incêndio foi uma coisa, morreu muito bicho no incêndio. Mas morreu mais ainda, pós incêndio por falta de alimentação [...] e as onças, incluindo a pintada e a parda, são chegadas em comer potro e bezerro. Elas dão prejuízo muito grande. É bonito ver a onça, mas lá no Jofre, a 100km daqui. Lá ela tem jacaré para comer, capivara. Que é o principal alimento dela. Perdi metade da produção equina. São animais que pós-desmama, sem seleção prévia, vale 4 mil reais. Você multiplica ai 11, já foi 50 mil embora. Ai também perdemos muitos bezerros, pelo menos 7 bezerros. Perdemos mais quatro cavalos adultos. Isso só com uma família de onça”, finalizou.
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