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Terça-feira, 23 de abril de 2024

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ATAQUES DO AGRO

Professora da UFMT e vereadora sofrem perseguição após fala sobre ocupação violenta em Sinop

Foto: Reprodução

Professora da UFMT e vereadora sofrem perseguição após fala sobre ocupação violenta em Sinop
Mais de cem nomes, entre entidades e pessoas físicas, assinam nota de solidariedade a vereadora de Sinop (483 Km de Cuiabá), Graciele Santos (PT), e a professora da UFMT, Lélica Lacerda. Eles repudiam as agressões e perseguições praticadas por segmentos da direita ligados ao agronegócio, após audiência pública para debater a Reforma Administrativa na Câmara de Vereadores, no dia 13 de agosto.


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Na data várias entidades da sociedade civil, estudiosos e sindicatos estiveram presentes e fizeram considerações sobre o tema, entre essas o ANDES-SN representado pela Regional Pantanal. Uma das intervenções foi realizada por Lélica, que traçou o contexto histórico de Mato Grosso. Afirmou que a história da colonização de Sinop, assim como a brasileira, no geral, não é o jardim florido que gostam de reafirmar. Segundo ela, a riqueza capitalista, que inclui o agronegócio, foi forjada na violência e na exploração dos povos originários e escravizados – majoritariamente por homens brancos -, e é ainda hoje produtora de violência, morte e desigualdades no campo e na cidade.

Diante das críticas ao agronegócio, ao latifúndio, ao racismo e ao machismo estruturais, seguimentos da direita mato-grossense iniciaram os ataques virtuais e presenciais. No pleno da Câmara, no dia 16 de agosto as professoras foram ameaçadas de processos judiciais, entre os quais, racismo reverso.

Além de políticos, entidades, como o Sindicato Rural de Sinop, emitiu uma nota afirmando que Lacerda “não se ateve ao assunto e se utilizou da palavra para discorrer ofensas morais, regionais e desmerecimento dos pioneiros e produtores rurais e população de Sinop”, que sua intervenção foi “imoral, discriminatória, fomentando a separação de classes e raças”, e que, por isso, a Câmara deveria adotar “medidas enérgicas e eficientes” contra a professora, além de obrigar uma retratação por parte de Graciele, proponente do debate e vítima constante do grupo, por ser mulher e eleita pelo PT.

 Num áudio disseminado pelas mídias sociais, sem identificação, um homem defende que as pessoas se mobilizem “democraticamente” pela exoneração de Lacerda e cassação do mandato da vereadora Graciele. O crime cometido, além de calúnia e difamação, incluiria racismo inverso. Como não existe racismo inverso e todas as demais afirmações feitas no debate são científicas, a Assessoria Jurídica da Adufmat assegura que o ocorrido não deve passar de mais um “show de pirotecnia, desses que o Governo Federal e seus aliados gostam de promover”.

Nota de solidariedade e repúdio

Uma das assinaturas da nota é da Associação Brasileira de Ensino e Pesquisa em Serviço Social (ABEPSS). O presidente Rodrigo Teixeira, afirmou que a instituição se colocou prontamente em solidariedade das professoras assim que tomou conhecimento dos ataques.

“Sabemos do compromisso intelectual e prático da docente contra as desigualdades e a exploração do trabalho no capitalismo. O debate sobre os impactos que a PEC 32 trará para toda a sociedade deve ser pautado e denunciado, os serviços públicos correm sério risco. O pensamento crítico que ancora o projeto de formação profissional em Serviço Social não pode ser cerceado, nenhuma forma de intimidação, ataques e ameaças devem ser aceitas. A ABEPSS reitera e defende a liberdade como valor ético central e encampa as lutas em defesa da radicalização da democracia”, declarou.
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