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três meses longe de casa

Familiares cobram justiça para que advogado acusado de sequestro devolva a filha: "Meu Deus, até quando nós vamos sofrer?"

14 Out 2021 - 17:28

Da Redação - Michael Esquer / Da reportagem local - Fabiana Mendes

Foto: Rogério Florentino / Olhar Direto

Familiares cobram justiça para que advogado acusado de sequestro devolva a filha:
Familiares de I.P.P.A., menina de apenas 8 anos de idade, realizaram uma carreata em frente ao Fórum de Cuiabá na tarde desta quinta-feira (14). O manifesto ocorreu como pedido de justiça pela criança que, segundo versão da mãe, a enfermeira Marina Pedroso Ardevino, teria sido sequestrada em julho pelo pai, o advogado João Vitor Almeida Praeiro Alves. 


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A advogada da mãe e da criança, a familiarista Ana Lúcia Ricarte esteve na concentração atendendo aos veículos de comunicação. Segundo ela, a iniciativa da carreata partiu do desejo dos próprios familiares, movidos pela angústia de estarem há mais de três meses longe de Isadora. A criança, que mora em Cuiabá com a mãe, não tem familiares em São Paulo, conforme relatou Ricarte. 

“Ela foi retirada daqui no dia 18 de julho e o pai já mandou ela pra ficar com a bisavó em Santa Catarina. Ou seja, desde quando ela foi retirada daqui, minha cliente [me] ligou”, relembra. Inicialmente, a menina teria viajado para Bauru, em São Paulo, cidade onde vive o pai, mas depois foi entregue pelo pai para a bisavó. 

Esta não teria sido a primeira vez que o pai, com o qual a mãe tem guarda compartilhada, teria desrespeitado o acordo firmado com a justiça. A advogada de Marina conta que no início do ano, João também se recusou a entregar Isadora depois de uma temporada que ela havia passado com ele. 
 
A advogada da família conta que esta não é a primeira vez que pai da criança descumpre acordo de guarda compartilhada. (Foto: Rogério Florentino)

“[Ela está] sem ter aula já tem 100 dias, aliás esse ano ela quase não teve aula. Em janeiro ele levou a filha e só devolveu mediante mandado de busca e apreensão no dia 29 de abril. Ela teve aula em maio, junho, e julho ele levou e até agora não devolveu”, completou. 

A avó de Isadora, Wilma Porto Pedroso, esteve no ato acompanhada do marido, e também avô da criança, Marcos Antonio Goncalves Ardevino. Na ocasião, ela compartilhou a angústia que a família tem atravessado desde que o pai de Isadora resolveu não devolver mais a menina. 

“Minha filha [Marina] está sofrendo, emagrecendo. Ele [João] é o mandante de tudo. Eu to passando mal, meu marido também, a minha filha [irmã de Marina] que é especial. Meu Deus, até quando, até quando que nós vamos sofrer, até quando? Que país que nós estamos vivendo, eu não estou mais suportando isso, eles têm que entregar essa menina, chega de sofrimento, chega”, desabafou em prantos. 
 
Da esquerda para direita, avô e avó de Isadora. (Foto: Rogério Florentino)

Assista vídeos da mobilização:









O caso
 

O advogado João Vitor Almeida Praeiro Alves é acusado pela ex-mulher, a enfermeira Marina Pedroso Ardevino, de ter sequestrado a própria filha do casal de oito anos. O caso aconteceu após a menor ir passar o recesso escolar com o pai, sendo que deveria ter sido devolvida em meados de julho para a mãe, que desde então não vê mais a filha. Familiares do homem teriam ajudado a levar a menina para o Sul do país. O advogado disse que não iria se posicionar e que acionaria a Justiça em caso de publicação da matéria. Os nomes foram abreviados por envolver menor de idade.
 
O advogado e a enfermeira estão separados e haviam feito um acordo que estipulou guarda compartilhada e convivência em finais de semana alternados/duas vezes por semana. A menina vive com a mãe e um irmão de seis anos, em Cuiabá. Já o advogado tem residência em Bauru, no interior de São Paulo.
 
Consta na denúncia da mãe que ele já teria descumprido por três vezes com o acordo, com o intuito de alterar o domicílio da criança e impedir a convivência com ela. Porém, nas duas primeiras, ele devolveu a menina sem que fosse necessária realizar a busca e apreensão da menor.
 
Em razão dos fatos, a defesa da enfermeira entrou na Justiça, temendo que em uma próxima oportunidade o advogado pegasse a criança e não mais devolvesse. Porém, o juiz do caso disse que iria analisar a suspensão da convivência após a realização do estudo psicossocial, o que não aconteceu até o presente momento.
 
No dia 14 de julho deste ano, a menina foi entregue ao pai, para que ela passasse o recesso do mês, fixando data da devolução da menor no dia 18 de julho, o que não aconteceu.
 
Em razão do último descumprimento foi determinada nova busca e apreensão da criança. Porém, ela não foi encontrada. Na ocasião, o advogado teria supostamente escondido a filha e ainda desacatado os policiais.
 
A mãe da criança voltou para Cuiabá após passar dez dias em Bauru (SP) tentando localizar a filha. O juiz foi informado do fato, determinando que houvesse nova busca e apreensão da criança com reforço policial.
 
No dia 14 de setembro, a enfermeira foi novamente para o interior paulista, onde tentou-se cumprir pela quarta vez o mandado de busca e apreensão da menor. Porém, o pai da criança, junto com avó paterna, permaneceu escondendo-a, conforme a denúncia.
 
Olhar Direto teve acesso a dois boletins de ocorrência, sendo um de 2016 e outro registrado no dia 18 deste mês, com a mesma versão apresentada pela mãe da criança.
 
A reportagem também encontrou outro boletim de ocorrências, de 2016, em que o advogado relata que a mãe mandou mensagem no WhatsApp relatando que não deixaria a filha com ele no fim de semana, mesmo com uma ordem judicial que permitia.
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