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Sexta-feira, 19 de abril de 2024

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dia mundial da água

Em ritmo preocupante, MT perdeu mais da metade de cobertura hídrica nos últimos 30 anos

Foto: Rogério Florentino / Olhar Direto

Em ritmo preocupante, MT perdeu mais da metade de cobertura hídrica nos últimos 30 anos
Criado pela Assembléia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), o Dia Mundial da Água é celebrado no mundo todo nesta terça-feira (22). Nesse ano, a data enfatiza um cenário preocupante para Mato Grosso: o estado perdeu mais de 50% de sua superfície de água nos últimos 37 anos. 


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De acordo com análise feita pelo Olhar Direto, com base em dados do MapBiomas Água, o estado tinha 1.141.271,06 hectares de superfície de água em 1985. Em 2021, os territórios cobertos por água em Mato Grosso passaram a somar apenas 563.523,91 hectares. O número representa uma queda de 50,6%.

O índice acende um alerta para o ritmo da seca dos reservatórios de água em território mato-grossense. Em análise expandida, é possível constatar que a curva de redução da área coberta por água é crescente em Mato Grosso, atingindo até mais de 30% a cada dez anos.  

Em 1992, por exemplo, a cobertura hidríca no estado era de 1.330.694,47 hectares, número que teve redução de 36,9% dez anos depois, em 2002, quando a cobertura de água caiu para 838.533,45 hectares. Uma década depois, novamente, em 2012, a redução foi de 21,8% quando a cobertura caiu para 655.726,34 hectares.
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Ainda conforme o painel, que utiliza imagens de satélite, a redução se deu, basicamente, no Pantanal mato-grossense, bioma que sofreu com as queimadas e as secas severas dos últimos anos. Segundo o coordenador do MapBiomas Água, Carlos Souza Júnior, em reportagem do portal do MapBiomas, essas perdas estão relacionadas, principalmente, ao uso da terra e à construção de represas. 

“A dinâmica de uso da terra baseada na conversão da floresta para pecuária e agricultura interfere no aumento da temperatura local e muitas vezes altera cabeceiras de rios e de nascentes, podendo também levar ao assoreamento de rios e lagos", disse.

"A construção de represas em fazendas para irrigação e bebedouros ao longo de rios diminui o fluxo hídrico; e, em maior escala, as grandes represas para produção de energia, com extensas superfícies de água sujeitas a processos de evapotranspiração, que levam a perda de água para atmosfera”, complementou Souza Júnior ao portal do MapBiomas.

Em 2021, a cidade que mais concentrava água em Mato Grosso era Cáceres, com 278.974,53 hectares de cobertura. Em segundo aparece Poconé. O ranking é sucedido por Cocalinho, Barão de Melgaço, Querência, Apiacás, Gaúcha do Norte, Vila Bela da Santíssima Trindade, Chapada dos Guimarães e Nova Bandeirantes.

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Cobertura nacional

A superfície coberta por água no Brasil em 2021 era de 16,5 milhões de hectares. O número é 8,1% menor do que o de 1985, quando o país registrava aproximadamente 18 milhões de hectares de cobertura de água. Segundo o MapBiomas Águas, o estado do Amazonas é o que mais concentra água em todo o país, com 4,7 milhões de hectares de cobertura hídrica. Em segundo lugar figura o Pará, com 4,2 milhões de hectares e em terceiro o Rio Grande do Sul, com 1,9 milhão de hectares. 

 
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