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Sábado, 20 de abril de 2024

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ÁUDIOS DO STM

Carlos Bezerra relembra tortura sofrida e rebate Mourão: “boçais fabricados pela ditadura”

Foto: Rogério Florentino / Olhar Direto

Carlos Bezerra relembra tortura sofrida e rebate Mourão: “boçais fabricados pela ditadura”
O deputado federal Carlos Bezerra (MDB) condenou o posicionamento do vice-presidente da República, general Hamilton Mourão (Republicanos), que na última segunda-feira (18) minimizou áudios inéditos divulgados que mostram relatos de episódios de tortura na ditadura militar e ironizou a possibilidade de o material ser investigado. Vítima do regime, o emedebista creditou o que chamou de despolitização do País aos exaltadores do período ditatorial.


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“É um grande absurdo. Eu não sofri tortura física, mas cheguei a ficar trancado em uma sala passando fome, com militares se revezando para me atormentar psicologicamente, faziam fila e eu ficava lá o dia inteiro. Eu era um garoto. O que a ditadura fez foi matar muita gente, matou muitas lideranças políticas que estavam em formação no Brasil do movimento estudantil e dos sindicatos. É por isso que esse País está assim, despolitizado de uma vez, com gente que não sabe dizer coisa com coisa, verdadeiros boçais que foram fabricados pela ditadura”, disparou Bezerra.

Os áudios tratados com deboche por Mourão são do Superior Tribunal Militar (STM) e reúnem mais de 10 mil horas de conversas dos ministros da época – Rodrigo Octávio, Augusto Fragoso, Waldemar Torres de Costa, Júlio de Sá Bierrenbach, Deoclécio Lima de Siqueira, Amarílio Lopes Salgado e Faber Cintra – relatando episódios de tortura.

As gravações foram obtidas pelo historiador Carlos Fico, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), e divulgados no último domingo (17) no jornal O Globo.

Questionado sobre os áudios, Mourão riu e disse que não há o que se apurar. Ele defendeu, ainda, que deve-se ouvir “os dois lados” da história.

“Vai apurar o quê? Os caras já morreram tudo. Vai trazer os caras do túmulo de volta? “Tem que conhecer a história. A história sempre tem dois lados a ser contados, né? Então, vamos lembrar: aqui houve uma luta, dentro do País, contra o Estado brasileiro, por organizações que queriam implantar a ditadura do proletariado, que era um regime que na época atraía uma quantidade grande da juventude brasileira e também parcela da sociedade, mas que perderam essa luta”, argumentou o vice-presidente.

Em 1964, militares derrubaram o governo João Goulart e, em seguida, iniciou-se um regime ditatorial que durou 21 anos e é considerado um dos períodos mais obscuros da história brasileira, com saldo estimado em milhares de pessoas mortas por discordarem da gestão federal.

“Vocês acham que João Goulart era comunista? Um fazendeiro bem sucedido, empresário, um democrata. Essa propaganda que fizeram pra derrubar o governo foi comprada por quem não entende, não conhece da história”, pontuou Bezerra.
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