Por unanimidade, a Câmara de Campo Novo do Parecis (450 km de Cuiabá) aprovou na sessão ordinária desta terça-feira (4) a cassação do vereador Jorge Itamar Rodrigues (PSC), por quebra de decoro parlamentar. Essa foi a primeira vez que um verador foi cassado na história da cidade. 

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​O relatório final da comissão processante foi votado e aprovado com 8 votos favoráveis e nenhum contrário, optando os parlamentares pela cassação do mandato de Itamar Rodrigues, que ainda fica inelegível pelo prazo de 8 anos. Essa foi a primeira vez que um verador foi cassado na história de Campo Novo. 

O parlamentar não compareceu e nem utilizou seu direito de defesa em tribuna. Ainda nesta semana será realizada a convocação do suplente, Deilson Lopes Beiral, que tomará posse.

Itamar foi cassado por quebra de decoro parlamentar acusado de extorquir o suplente, na quantia de R$ 10 mil, para financiar a campanha da esposa como conselheira tutelar. Ela foi eleita. 

Além disso, Itamar também ameaçou o vereador Willian Freitas (PP), ao qual dizia que iria degolá-lo e que estaria com uma arma, acompanhada de dois carregadores, para descarregar no parlamentar.

O relatório apresenta também um terceiro fato. Nesse caso, seriam ameaças proferidas ao ex-secretário de Saúde, Dalmo Thomazzi, o qual dizia que caso aparecesse mais memes seus, Dalmo e Willian sofreriam as consequências. Já que ele estaria com uma pistola e dois carregadores em seu veículo, além de uma “peixeira” para atentar contra a vida de ambos.

Durante os trabalhos da Comissão, o vereador Itamar solicitou, sem justificativa, a dilatação do prazo de 5 dias para defender-se. A solicitação foi atendida pela comissão e o parlamentar protocolou sua defesa preliminar, alegando suas razões. A defesa, por sua vez, trazia argumentações que não descaracterizaram as denúncias investigadas pela comissão.

No dia 11 de novembro de 2023, o denunciado apresentou a sua defesa focada na maior parte do tempo em questionar quem espalhou na internet o vídeo que deu base à denúncia. Ele alegou não ter feito ligações para extorquir o denunciante, além de afirmar que os valores entregues seriam para suprir obrigações de pagamento de um contrato de honorários advocatícios firmado entre partes e um advogado. 

Ainda em sua defesa, o parlamentar negou ter proferido palavras de ódio contra o vereador Willian e o ex-secretário Dalmo. Para dar segmento aos trabalhos investigatórios, a comissão convocou todas as testemunhas arroladas pelo denunciado e outras pessoas que poderiam colaborar com o feito.

O denunciado não compareceu na oitiva prevista para o dia 13 de novembro e momentos antes apresentou atestado médico por estar com ansiedade. O atestado foi emitido por um médico cardiologista, tendo como data de início o dia  10 de novembro até o dia 25 de novembro. Após isso, a comissão abriu um novo prazo de 2 dias corridos, para que o denunciado prestasse seu depoimento. 

Itamar, então protocolou um documento dizendo que queria ser ouvido. Outro edital foi publicado, prevendo uma nova data para oitiva no dia 27 de novembro de 2023, às 8 horas. Data em que, novamente, o parlamentar não comparece. No entanto, protocolou um outro atestado médico, agora para permanecer em repouso por três dias, entre os dias 26, 27 e 28 de novembro. O referido documento foi emitido por um médico do pronto atendimento de Cuiabá.

Além disso, protocolou no dia 30 de novembro, às 16h39min, um novo atestado médico por ansiedade, desta vez, por 10 dias. O parecer final ainda ressalta, que o denunciado não estava de atestado médico no dia 29 de novembro e mesmo assim não apareceu para prestar seu depoimento.