Diferente dos seus colegas de partido na Câmara Federal, a senadora Rosana Martinelli (PL) se posicionou contra o projeto de lei que torna o aborto cometido após 22 semanas um crime de homicídio simples, punindo mais a vítima do que o agressor.
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Na avaliação da liberal, a proposta não deve passar no Senado do jeito que está. Além disso, destacou que o assunto deveria ter sido melhor debatido para não permitir com que a mulher carregue o peso de um episódio triste duas vezes nas costas.
“A bancada feminina está coesa, vai ser revisto esse PL porque não pode passar do jeito que está, não pode a mulher ser punida mais do que o próprio estuprador, então tem que ser revisto e acredito que o próprio autor vai retirar para melhorar, dessa maneira não passa”, enfatizou.
Ela comentou que é contra o aborto, no entanto, não pode concordar que a mulher seja punida com uma pena muito superior em relação ao estuprador.
“Eu só contra o aborto, mas também a mulher... já está justificada na lei, os três casos podem fazer. Então, acho que tem que ser melhorado esse texto e não pode ser punido a mulher, além de sofrer a agressão, ela ainda ser punida”, disse.
O posicionamento dela é diferente dos deputados federais de seu partido em Mato Grosso. Abilio Brunini culpou a esquerda por espalhar fake news e atrapalhar a discussão do tema. Coronel Fernanda apoia a proposta e ressalta que não foi criada do nada, mas sim após estudos feitos pelos parlamentares, principalmente os que são da área da saúde, com objetivo de preservar a mãe e o bebê.
O PL n° 1904 pune as mulheres que interromperem a gestação após 22 semanas, inclusive em casos em que a legislação permite a medida – estupro, risco à mãe e anencefalia -, a uma pena de homicídio simples, o que pode resultar em prisão de 12 a 30 anos, punição mais dura do que recebe um homem acusado de estupro.