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Segunda-feira, 09 de dezembro de 2024

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Teti afirma que vencedoras do leilão do arroz atuaram como 'laranjas' de empresas com capacidade de realizar operações

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Teti afirma que vencedoras do leilão do arroz atuaram como 'laranjas' de empresas com capacidade de realizar operações
Assessor especial do Ministério da Agricultura, Carlos Ernesto Augustin, conhecido como Teti, apontou que as empresas que venceram o leilão do arroz importado – anulado após suspeitas de irregularidades – podem ter concorrido o certame representando outras empresas, com capacidade de cumprir as operações de aquisição do alimento. Em entrevista, tratou tais concorrentes como “laranjas”, o que, segundo ele, não seria ilegal.


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O leilão de importação de 263 mil toneladas de arroz foi anulado no mês passado após indícios de incapacidade técnica e financeira de algumas empresas vencedoras. Três das quatro empresas que venceram o certame não são do ramo de arroz e de importação de grãos. Essas são a Icefruit, uma fábrica de polpas de frutas de SP; a Wisley A de Souza Ltda, uma loja de queijos de Macapá (AP); e a ASR Locação de Veículos e Máquinas, de Brasília.

“Não houve nada, até porque o leilão não aconteceu. O edital dizia que aquele que quisesse participar, teria que antecipar 5% do valor. Nós estamos falando de algo em torno de R$ 350 milhões. Ninguém vai pagar 5% se não tiver condições, se não pagasse, teria que pagar uma multa. Então, as pessoas que entraram no leilão eram ‘laranjas’, digamos assim, de alguém que tinha capacidade, o que não é proibido também. O que interessa para o governo é que o leilão ocorra”, afirmou, em entrevista à imprensa no sábado (29).

“Aquela empresa de aluguel de veículos do milho, cumpriu os requisitos do leilão, não teve nada irregular. E talvez essas empresas cumpririam também, tendo por trás delas um importador. Acho que é isso que aconteceu”, disse, citando o caso da ASR Locação de Veículos e Máquinas, que foi contratada por R$ 19,8 milhões para vender 212 mil sacas de milho ao governo da Bahia, do PT, seis meses antes.

A ASR foi representada pela Bolsa de Mercadoria de Mato Grosso e pela Foco Corretora de Grãos. As duas firmas pertencem a Robson Luiz Almeida de França, ex-assessor do ex-deputado Neri Geller (PP-MT), que após o ocorrido foi demitido da Secretaria de Política Agrícola do MAPA.

Além disso, Robson é sócio do filho de Neri em outra empresa que, segundo o ex-secretário, está inativa.
De acordo com reportagem do UOL, A ASR Locação de Veículos é o tipo de empresa classificada por investigadores como "empresa de prateleira". Documentos da Junta Comercial levantados pela coluna explicam o porquê. Desde que foi criada em 2019, a empresa vem aumentando seu escopo de atuação. Hoje, está habilitada para exercer 22 atividades econômicas totalmente diversas, como serviço de buffet e recepção em repartição pública e eventos, instalação e manutenção de ar-condicionado, obras de engenharia e terraplanagem, entre outros. Ela informa à Receita que sua atividade principal é a locação de veículos e máquinas pesadas.

Somente em 16 de maio, 22 dias antes do leilão de arroz importado, a empresa incluiu entre suas atividades a importação e exportação de cereais e leguminosas. Com isso, arrematou o terceiro maior lote, no valor de R$ 112 milhões.

Na avaliação de Teti, o leilão só foi anulado, por conta da ligação de Neri com Robson. Garantiu que nenhuma irregularidade foi cometida pelo governo federal.

“A verdade é que o filho do Neri era sócio do corretor. Não acredito que ele tenha envolvimento, mas isso pesou. Como a população vai enxergar? Ele é ordenador do leilão e o corretor é sócio do filho dele? É legal? Pode ser até legal, mas é imoral. Mesmo não estando em atividade, é uma coisa que ficou ‘torta’ e, por isso, houve a exoneração”, declarou.

“Como podemos aceitar quer o ordenador do leilão tenha o filho como sócio do corretor? Em razão, ficou ruim para o governo, pois a ‘lupa’ ficou na questão do Rio Grande do Sul, toda aquela pressão... era uma precaução sobre uma elevação do preço do arroz, o que de fato houve. Com a expectativa do leilão, baixou o preço”, completou.

Por fim, Teti afirmou que o processo de um novo leilão está parado e que o certame pode até não ocorrer.
“Quem faz o leilão são as bolsas, não o governo e todo mundo pode participar. O que aconteceu foi que empresas que aparentemente não tinha capacidade ganharam, mas já havia ocorrido anteriormente, quando uma locadora cumpriu o edital do leilão. Único problema foi que o filho do Neri era sócio do corretor e isso complicou. A ideia do leilão era para baixar o preço e o preço já baixou, talvez não seja mais necessário”, explicou.

“A ideia do leilão era, diante da calamidade, ter estoque para ter capacidade de oferecer à população. Os preços já baixaram, talvez não seja mais necessário fazer o leilão. Temos falado com o setor arrozeiro do Rio Grande do Sul, para vermos quais as alternativas possíveis para garantir que o preço não venha a explodir. Por enquanto, está parado. Estamos aguardando mais sugestões do setor no RS”, pontuou.
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