O delegado Bruno Abreu, da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) de Cuiabá, revelou que Gilvanio dos Santos Souza, 27, acusado de assassinar o empresário Mario Martello Júnior, de 68 anos, planejou o crime após ter pedido demissão da empresa de reciclagem de propriedade da vítima.
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Segundo a autoridade policial, Gilvanio solicitou sua demissão no dia anterior ao homicídio. Na manhã de sábado (31), ele retornou à empresa, onde uma discussão com Mario resultou no trágico desfecho. Abreu ainda apontou que o suspeito é "dissimulado".
"Estamos tratando o caso como premeditado, porque ele teve um desentendimento com o patrão, pediu as contas e, em tese, o patrão estava devendo alguns direitos a ele. E ele foi lá não só para conversar, ele já foi com a intenção de causar mal", afirmou o delegado.
Os investigadores reforçam essa hipótese pela ausência de qualquer tentativa de socorro à vítima após uma lesão na cabeça. Em seu depoimento, Gilvanio afirmou que, durante a briga, empurrou Mario, que teria caído e batido a cabeça.
"Ele é um pouco dissimulado. Está tentando jogar um crime de lesão corporal seguido de morte, que é diferente de um homicídio e de um latrocínio, mas a perícia médico-legal vai comprovar que foram efetuados diversos golpes na cabeça, na parte de trás, quebrou os ossos do crânio dele atrás", declarou o delegado.
Ainda conforme Bruno Abreu, as lesões na vítima foram causadas por um objeto contundente, e uma picareta foi apreendida no local do crime. O objeto foi apreendido e será analisado para determinar se foi utilizado no ataque.
Relembre
Um sobrinho procurou a delegacia de desaparecidos na segunda-feira (2) para informar sobre o sumiço do tio. Segundo o familiar, no domingo (1), ele combinou de almoçar com Mário, contudo, ele não apareceu. Ao ir à casa do tio, o rapaz encontrou o imóvel trancado e o veículo fora da garagem.
Ainda de acordo com o rapaz, os documentos e as chaves do carro foram encontrados jogados em um escritório antigo, e o veículo estava estacionado ao lado, sem estar trancado.
Mário possuia uma empresa de reciclagem no bairro Distrito Industrial, onde também foi realizada uma busca na segunda-feira (2), mas ele não foi localizado.
Já na tarde dessa terça-feira (3), um perito da Politec foi novamente até o estabelecimento para colher marcas de sangue, quando sentiu um forte odor. Ao procurar, se deparou com o corpo do empresário em estado de putrefação embaixo de embalagens e entulhos.
Após investigações, os policiais da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) constataram que Gilvanio matou o empresário, já que ele foi visto utilizando o cartão de débito da vítima em alguns estabelecimentos de Cuabá. Além disso, ele ainda tentou manter contato com a família de Mario, a fim de conseguir mais dinheiro.
O suspeito também revelou em depoimento que após o crime, usou cerca de R$ 980 da vítima para fazer apostas em jogos de azar, como o 'Tigrinho'.
Além do suspeito, a sua companheira também foi detida e levada para a delegacia, onde um Termo Circunstaciado de Ocorrência (TCO) e foi liberada. Ela deve responder por receptação culposa.
Gilvanio, por sua vez, foi autuado por latrocínio - que é roubo seguido de morte e ocultação de cadáver. Nesta quarta-feira (4), ele foi encaminhado da sede da DHPP para o Fórum de Cuiabá, onde deve passar por audiência de custódia.