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Quinta-feira, 26 de setembro de 2024

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Júlio Braz afirma que crescimento desordenado por meio de invasões prejudica setor imobiliário da capital

Foto: Reprodução/PodOlhar

Júlio Braz afirma que crescimento desordenado por meio de invasões prejudica setor imobiliário da capital
O diretor-presidente da Ginco, Júlio Braz, afirmou que o crescimento desordenado por meio de invasões de terrenos tem prejudicado o setor imobiliário e a sociedade de Cuiabá. Durante entrevista ao PodOlhar, Braz destacou que a falta de regularização de quase 200 bairros na capital impede os moradores de terem acesso a financiamentos e incentiva soluções paliativas que agravam problemas urbanos.


ASSISTA A ÍNTEGRA DO PODOLHAR COM  JÚLIO BRAZ, DIRETOR-PRESIDENTE DA GINCO URBANISMO:



Segundo Braz, a ausência de regularização faz com que os moradores não possuam documentos formais de suas propriedades, dificultando investimentos em melhorias. "Esses bairros, o que acontece? As pessoas acabam não tendo endereço. Elas não podem tirar um financiamento, elas não têm documento", explicou. Ele acrescentou que, em muitos casos, áreas bem localizadas na cidade acabam sendo afetadas por esse tipo de ocupação desordenada, criando "um grande câncer", expressão utilizada para descrever regiões que se tornam problemáticas e de difícil solução.

O impacto no setor imobiliário também é significativo. Para Braz, as invasões desestimulam empreendedores e proprietários que têm receio de investir em áreas afetadas pela ocupação irregular. Além disso, empresas do setor precisam investir em segurança para proteger suas propriedades, aumentando os custos de operação. "O mercado imobiliário é péssimo [nesse contexto]. Por quê? Porque você desestimula o empreendedor sério, desestimula o proprietário sério a manter a sua propriedade", afirmou.

Braz ressaltou que, embora reconheça os problemas sociais que levam às invasões, ele acredita que a solução passa pela facilitação de processos burocráticos e pelo incentivo à formalização de imóveis, permitindo que mais pessoas possam adquirir suas propriedades de maneira legal e digna. Para ele, o Estado também deveria ter programas específicos para atender aqueles que não têm condições financeiras de adquirir um imóvel.

O diretor-presidente criticou ainda o que chamou de "indústria das invasões", que, segundo ele, lucra com a boa-fé das pessoas e os problemas sociais. Ele mencionou que, em alguns locais invadidos, direitos de posse chegam a ser comercializados por até R$ 30 mil, criando um ciclo de ilegalidade que traz ônus para a sociedade e dificulta a atuação do poder público nessas áreas.

Braz concluiu que enfrentar a questão das invasões é fundamental para o desenvolvimento de Cuiabá, mas destacou que elas não devem ser vistas como solução. "A invasão nunca é uma solução. Nunca é. É um efeito de diversos outros problemas", afirmou.
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