A candidata à Prefeitura de Várzea Grande, Leliane Borges (PT), criticou duramente seu adversário, o atual prefeito Kalil Baracat (MDB), acusando-o de maquiar os resultados de sua administração para tentar ganhar o apoio popular nas eleições. Em entrevista ao Olhar Direto, Leliane afirmou que Kalil tem adotado uma "ilusão de ótica" para disfarçar a ineficiência de seu mandato.

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Leliane enfatizou que o prefeito está promovendo o que chamou de "shows pirotécnicos" para criar uma imagem de trabalho e progresso que não corresponde à realidade enfrentada pelos moradores de Várzea Grande. “Ele sabe que não melhorou em nada. Ou melhorou 0,5%, talvez na área da cultura, mas isso é muito pouco para o que a cidade precisa”, alfinetou.

Ela também acusou o prefeito de fazer reformas superficiais em obras públicas, como a Policlínica do Marajoara e algumas escolas, sem atacar os problemas estruturais que afetam de maneira significativa a qualidade dos serviços prestados à população. “Pintaram as paredes, mas não valorizaram os servidores, que continuam com salários baixos e condições precárias de trabalho. O que foi feito é um paliativo, um efeito placebo que finge que está se trabalhando, mas na verdade não resolve nada”, destacou.

Leliane aproveitou para criticar a falta de fiscalização do poder legislativo local, argumentando que os vereadores não têm cumprido seu papel de fiscalizar as ações do executivo. Segundo a candidata, essa falta de oposição permitiu que a administração de Kalil Baracat passasse sem grandes questionamentos.

Falta d'água: crise de gestão, não de recursos

Outro ponto abordado por Leliane foi a recorrente falta d'água em diversos bairros de Várzea Grande. Para ela, a questão não é de escassez hídrica, mas de má gestão dos recursos disponíveis. A candidata afirmou que o município, que conta com cerca de 70 km de margem ao longo do rio Cuiabá, deveria estar em melhores condições no que diz respeito à captação, armazenamento e distribuição de água.

“A crise hídrica aqui é construída, é uma crise política. Para subjugar a população, cria-se uma narrativa de falta de água, mas isso não condiz com a nossa realidade. Estamos às margens de um dos maiores rios do estado, então o problema é distribuição, não a falta de água”, disse.

Leliane propôs, como parte de sua plataforma, melhorar a captação de água do rio Cuiabá, ampliar a Estação de Tratamento de Água (ETA) do Cristo Rei e investir em novas unidades de tratamento em regiões como o Ouro Verde. Para ela, é fundamental modernizar e aumentar a eficiência na distribuição de água, além de garantir que o rio não seja sobrecarregado no longo prazo.

Sobre a possível privatização do Departamento de Água e Esgoto (DAE), Leliane disse que o tema precisa ser discutido diretamente com a população, sem decisões precipitadas. Segundo ela, o diálogo será uma de suas prioridades caso seja eleita. "Precisamos de uma gestão responsável que atue com transparência e diálogo. Esse será o meu compromisso com os cidadãos", finalizou.