A caçada ao advogado Cleber Figueiredo Lagreca, suspeito de estuprar e assassinar a empresária Elaine Stelatto Marques, de 45 anos, durou dois dias e envolveu uma série de tentativas de fuga, com abandono de veículos e varredura em hotéis. O suspeito foi localizado e preso preventivamente na tarde de sábado (28), no Hotel Borborema, próximo ao Terminal Rodoviário de Cuiabá.
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O delegado Eugênio Rudy Júnior, responsável pelas investigações, detalhou como foi a operação que culminou na prisão de Lagreca. Segundo ele, as buscas começaram na sexta-feira (27), logo após a emissão do mandado de prisão preventiva contra o advogado.
“Nossa primeira ação foi nos dirigir ao apartamento onde ele morava. Chegamos pouco depois de ele ter saído em uma caminhonete S10”, relatou o delegado.
A polícia já sabia que o veículo pertencia à ex-esposa de Cleber e que ela possuía uma propriedade em Santo Antônio do Leverger. Diante desta informação, duas equipes foram imediatamente deslocadas para o local.
“Entretanto, alguém o avisou sobre a nossa visita ao apartamento. Ele então abandonou a S10 na propriedade rural e fugiu em outra caminhonete, uma Adventure. Quando chegamos, encontramos apenas a S10, e ele já havia escapado novamente”, explicou Rudy Júnior.
No sábado, a polícia descobriu que a ex-mulher de Cleber possuía um apartamento nas imediações do Shopping Pantanal, o que levou a um novo cerco. Mais uma vez, o advogado conseguiu escapar, dessa vez a pé e sem o celular, deslocando-se até a região da rodoviária.
A partir daí, as buscas se concentraram no terminal rodoviário e nos hotéis próximos. “Fizemos uma varredura nos ônibus, mas não o encontramos. Então, decidimos checar os hotéis da área, e foi em um deles que conseguimos localizá-lo e efetuar a prisão”, concluiu o delegado.
O caso
A empresária morreu no dia 19 de outubro de 2023, após supostamente se afogar em uma embarcação que apresentou defeito no Lago do Manso.
O advogado chegou a afirmar em boletim de ocorrência que ela se afogou quando decidiu tomar banho com o barco em movimento, com uma corda amarrada na cintura, quando se desequilibrou e caiu na água.
No entanto, pessoas próximas à vítima contestaram a informação de que a causa da morte da mulher se deu por "queda acidental".
Após o corpo da empresária ser resgatada do Lago do Manso foi constatado que ele havia diversas lesões. Além disso, um brinco de Elaine foi arrancado e ela teve uma unha quebrada, o que indica uma luta corporal.
O fato contradiz a versão apresentada por Cleber em depoimento. No dia do fato, o advogado relatou que houve um defeito mecânico no motor da lancha em que estavam.
A embarcação estava sendo guinchada quando, segundo ele, Elaine resolveu tomar banho com a embarcação em movimento e com uma corda amarrada na cintura.
Neste momento, ela teria se desequilibrado com as ondas da água e se afogado.
Cleber Lagraria responde por estupro, feminicídio qualificado e fraude processual majorada relacionadas à morte da empresária.
O processo tramita em segredo de Justiça e, por isso, não serão repassados mais detalhes sobre as investigações.