O deputado estadual Júlio Campos (União) manifestou-se favorável ao projeto de lei apresentado pela senadora Rosana Martinelli (PL), que propõe a implementação do voto impresso nas eleições gerais de 2026.
Leia também
Câmara aprova PL que concede benefício de até R$ 3 mil para protetores e ONGs de causa animal
Segundo ele, a medida pode ser uma resposta para encerrar definitivamente os rumores de fraude nas urnas eletrônicas, tema amplamente debatido nas eleições de 2022, especialmente por apoiadores do então presidente Jair Bolsonaro, derrotado na tentativa de reeleição contra Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
“Olha, essa é uma reivindicação que vem de algum tempo, não só por parte do ex-presidente Jair Bolsonaro, mas também de muitos parlamentares e políticos brasileiros que têm uma certa desconfiança na maneira como é efetivada a urna eletrônica para a sua utilização no dia da eleição”, afirmou.
“Mas é um assunto muito polêmico, mas acho que por que não então testar? Já que ela fez uma proposta propondo só uma eleição, para comprovar [segurança das urnas] e acabar com esses boatos. Lamentavelmente, no Brasil, há muitos boatos”, complementou.
Júlio pondera que a aceitação da proposta pode depender de mudanças nas percepções políticas recentes, principalmente com a grande vitória que o partido do ex-presidente obteve nas eleições municipais deste ano.
“Eu não sei se agora isso vai continuar, porque o PL, que era o maior partido que desconfiava da urna eletrônica em virtude dos resultados de dois anos atrás, quando não reelegeu o Bolsonaro e elegeu o presidente Lula, então agora, com a vitória deles, ampla e geral aqui em Mato Grosso, não sei se isso ainda tem sentido, mas em todos os casos vamos aguardar o que o Congresso decidirá”, ressaltou.
Ao ser questionado se o apoio ao projeto soaria como incoerente, Júlio Campos ressaltou a neutralidade de sua posição e afirmou acreditar que o debate pode levar à modernização do sistema eleitoral brasileiro.
“Ela [Rosana] é daquela linha de que realmente entende quem poderia fazer um teste, né? Não vou nem apoiar, nem discordar. Em Mato Grosso, por exemplo, foi aprovado, foi uma eleição que, por exemplo, no primeiro turno, com duas horas, todo o Mato Grosso já sabia quem foi eleito prefeito e vereador. E agora, no segundo turno, levou mais meia hora. Esse acho que é um instrumento moderno, mas que tem que ser realmente bem avaliado”, disse.