O prefeito eleito de Cuiabá, Abílio Brunini (PL), disse que recebeu denúncias anônimas de que um líder de uma facção criminosa emprestou dinheiro para um vereador de Cuiabá investir na eleição da Mesa Diretora da Câmara Municipal do biênio 2025-2026. Esse criminoso pertenceria ao Comando Vermelho (CVMT), considerada a organização com maior atuação no Estado. O valor do aporte financeiro seria de R$ 200 mil.
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Apesar de dizer que já tem indícios da interferência do grupo no pleito do alto escalão do parlamento cuiabano, Abílio não apresentou provas aos jornalistas, durante entrevista coletiva nesta quinta-feira (7), no Palácio Paiaguás. O futuro prefeito da Capital participou de uma reunião com o governador em exercício, Otaviano Pivetta (Republicanos).
“A gente recebeu informações – que a gente ainda está apurando - de que alguém teria pego um dinheiro emprestado com um líder do Comando [Vermelho] aí para poder cooptar vereadores para conseguir uns votos e montar uma determinada chapa. A gente não tem certeza se essa informação é real. A gente está apurando, mas dizem que até vereadores já sofreram assédio ou ofertas”, disse o prefeito eleito.
As declarações reforçam as falas do prefeito na Assembleia Legislativa (ALMT) em que afirmou que “não entregaria a Mesa Diretora para o Comando Vermelho”. O ainda deputado federal disse que inicialmente não iria articular nas discussões da Mesa, mas que trocou de ideia após perceber a interferência de agentes políticos e do grupo criminoso no pleito.
“Um dos caras que estaria emprestando esse dinheiro para esse vereador seria um desses caras que estaria envolvido em um esquema de outro processo. Eu não vou dar nomes até que a gente tenha todos os dados”, disse Abílio sem citar mais detalhes.
As falas de Abílio não caíram muito bem para alguns vereadores. Durante sessão, nesta quinta, alguns parlamentares repudiaram as declarações do deputado. O vereador Jefferson Siqueira (PSD), que é candidato declarado a presidente, negou as possíveis interferências externas apontadas por Abilio.
“Eu respeito o posicionamento, respeito a linha de pensamento, respeito viés ideológico, mas não posso concordar com tudo e nem aceitar que possamos viver uma ditadura de alguém que se acha maior e quer decidir em um Poder que é independente, a Câmara tem sua isonomia, a Câmara tem sua independência e não vamos aceitar que essa interferência”, disse.
.jpg "Líder do Comando Vermelho teria emprestado R$ 200 mil para vereador investir na eleição da Mesa, denuncia Abílio")
