O governador Mauro Mendes (UNIÃO) criticou o pacote fiscal proposto pelo governo Lula (PT) afirmando que o estado de Mato Grosso poderá perder cerca de R$ 700 milhões devido às novas faixas de isenção do Imposto de Renda (IR). O pacote inclui medidas como taxação dos super-ricos e fim dos super salários no funcionalismo público, que visa gerar uma economia de R$ 70 bilhões em dois anos.
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Além disso, o governo Lula também anunciou a isenção de imposto de renda para quem ganha até R$ 5 mil. Mendes, contudo, opinou que a medida vai afetar negativamente a arrecadação de todos os municípios brasileiros.
"Hoje, quando o estado de Mato Grosso e as prefeituras fazem retenção do Imposto de Renda, pela constituição essa receita é do Estado do município. Quando ele [Lula] faz esta bondade, ele estará afetando a receita de todos os 5.600 municípios brasileiros de todas as 27 unidades da Federação, além do próprio governo federal", disse nesta sexta-feira (29).
"E ele [governo federal] promete recuperar isso com uma expectativa de melhoria de receita com a tributação de dividendos. Isso é um fato simples, objetivo e concreto de redução de receita. Eu não acredito que isso vai dar certo", disparou.
Questionado sobre o argumento do governo federal de que as novas faixas de isenção vão beneficiar o trabalhador, Mendes questionou a eficácia dessas medidas e reafirmou que a população vai ser penalizada com mais juros em produtos da chamada linha branca e na prestação de empréstimos.
"E o juros [alto] vai beneficiar quem? Um trabalhador para comprar geladeira, fogão, a prestação. Quem vai pagar essa conta do juro alto no Brasil? Quem vai pagar a conta da inflação? O mercado já sinalizou que vão ter 14, 15% de juros ano que vem. Vocês vão pagar essa conta do juro alto. Eu vou pagar".
O governador também comentou sobre a alta do dólar, que fechou em frente a R$ 5,98, nesta quinta-feira (28) com a desconfiança do mercado em relação ao pacote fiscal anunciado pelo governo federal. Segundo ele, a moeda americana em um patamar elevado reflete direta e indiretamente em custos para o trabalhador.
"O dólar está no preço da passagem de ônibus, está no preço da gasolina, o dólar está no preço dos insumos agrícolas que vai com o preço dos alimentos, o dólar está presente em todas as áreas. Não diretamente, mas indiretamente, um dólar alto vai seguramente trazer custos para o trabalhador. Então, as medidas que a gente toma dentro de um governo, seja ele estadual, ou municipal ou federal, ela tem consequência. Se ela for fazendo isso, porque é bom aqui".