Ex-jogador e ídolo do Cuiabá, Deyverson deu declarações polêmicas sobre sua relação com o presidente do time, Cristiano Dresch, durante entrevista concedida ao podcast “PodPah” nesta quinta-feira (12). O atleta abriu o jogo e deu sua versão sobre os fatores que culminaram no seu afastamento, por ordem de Dresch, em abril. Represálias, desconsideração com o empresário e multas por motivos insignificantes foram elencadas pelo jogador.
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Deyverson contou que a fatídica entrevista, convocada pelo próprio Dresch logo após derrota por 3 a 0 contra o Galo, foi a gota final para que ele fechasse as portas para a relação com o Dourado.
Na ocasião, o time vinha de um começo desastroso: estava na lanterna do campeonato e não havia somado nenhum ponto e não tinha marcado sequer um gol. Com aquele revés diante do Atlético, o time somou a terceira derrota seguida e Dresch não segurou a insatisfação com o elenco e, sobretudo com Deyverson.
Além de dizer que Deyvin não jogaria mais porque estava atrapalhando mais do que ajudando, bem como que já estaria em tratativas com outros clubes, Dresch disse que jogadores que recebem R$ 100, R$ 200 mil por mês, não poderiam estar desmotivados para jogar. A fala pegou muito mal e, a partir daquele dia, a relação com Deyverson nunca mais foi a mesma, tanto dentro como fora dos gramados.
Ao Podpah, Deyverson disse que estaria sofrendo represálias de Dresch, que, inclusive, teria ameaçado uma demissão porque ele queria ir até o vestiário do Palmeiras, onde também foi ídolo, para conversar com seus ex-companheiros de time. Também afirmou que o cartola ignorou pedido do seu empresário, para que não concedesse entrevista para falar sobre a situação do jogador.
“Ai teve um jogo do palmeiras e Cuiabá, os caras me chamaram no vestiário e ele ficou bolado: “manda esse moleque embora”, ele ficou puto. Ai eu nem entrei no vestiário, fui embora. Eu sempre falei com todo mundo, todo time, só que esse dia ele ficou bravo. E ele já nem me convocava mais. Meu empresário tinha falado com ele antes: ‘o fulano (Dresch) não vai la dar entrevista falando mal do Deyverson, senão você vai fechar as portas para o Deyverson; vai falar coisa que não é verdade?!’. Ele não quis nem saber, foi lá e meteu o pau em mim. Lembra da entrevista que ele deu?”, disse Deyverson.
O jogador ficou sem jogar por três meses, de abril até julho, quando comissão técnica e diretoria admitiram que ele fazia muita falta no ataque, que, por coincidência ou não, foi o segundo pior do Brasileirão de 2024.
No tempo que ficou afastado, segundo ele contou ao podcast, recebeu diversas multas de Dresch, de altos valores, por motivos insignificantes, como atrasos de poucos minutos e entradas mais duras nos companheiros durante os treinamentos.
“Porque um dia no treino eu cheguei firme num cara. Ele foi lá e me multou. Ele começou a me multar para deixar raiva, só que eu ria, ficava feliz. Triste ficava dentro de casa com minha esposa. Me multou várias vezes, com valores altíssimos. Ele me multou umas três vezes, por nada. Por chegar firme em jogador, chegar um minuto atrasado”, disse.
Neste meio tempo, desmotivado de defender o Auriverde, Deyverson foi procurado por diversos times, como Grêmio e Vasco, mas acabou assinando com o Atlético-MG por R$ 4,5 milhões. Para o atleta, deixar o Dourado foi positivo, pois sagrou-se vice-campeão da Libertadores e conquistou o coração dos torcedores do Galo.
Já para o Cuiabá, a relação conturbada com Deyverson foi mais uma das razões que colaboraram diretamente para o rebaixamento. Com a saída do atleta, o ataque do time não se reencontrou, mesmo com Isidro Pitta buscando a responsabilidade. Além de cair como o lanterna, foi o pior ataque do campeonato. Soma-se a isso os problemas com os técnicos, os desencontros entre direção e atleta e o descuido com a torcida.