O governador Mauro Mendes (UNIÃO) afirmou na sexta-feira (12) que ainda avaliará se veta ou publica lei aprovada pela Assembleia Legislativa do Mato Grosso (ALMT) que quer converter florestas antes consideradas pertencentes à Amazônia em vegetação classificada como do Cerrado.
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O tema tem sido combatido por entidades ambientais. Caso a medida seja sancionada pelo governador Mauro Mendes, o porcentual de reserva legal, ou seja, a área onde o desmate é proibido, cairá de 80% para 35%.
“Eu preciso compreender melhor o que foi feito. Porque novamente, uma decisão nessa área ambiental, se essa decisão não for técnica, ela não para de pé. É brincar de fazer, é perder tempo da Assembleia, da imprensa que noticia e do cidadão”, afirmou Mauro Mendes.
O texto aprovado, de autoria do deputado Nininho (PSD), traz uma nova redação para a lei que cria definições para áreas que seriam classificadas como floresta, pertencentes ao bioma Amazônia, e as que seriam enquadradas como Cerrado. Um estudo feito pelo Observatório Socioambiental de Mato Grosso afirma que a mudança permitiria o desmatamento de 5,2 milhões de hectares.
Mauro Mendes ainda guarda pareceres para avaliar a lei. “Nós precisamos entender que no país, ninguém manda sozinho. Nós aqui, como governadores, nós temos um Tribunal de Justiça, eu tenho a Assembleia Legislativa, nós temos as leis federais, tem a justiça que também tem o poder de intervir. Então, se na matéria ambiental você não seguir ritos adequados e correntes, a lei não para de pé.
Ainda conforme o governador, algumas pessoas fazem leis para tentar ganhar notoriedade, em busca de votos. “Eu não trabalho assim, trabalho para dar resultado. Se as pessoas querem resultado, conte comigo. Agora, para fazer barulho, para fazer um oba-oba, estou fora”.
“ Eu já ouvi o lado da secretaria, está se manifestando pelo veto, aí explica as razões, vou ouvir a procuradoria e vou tomar a decisão”, concluiu o governador.