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Terça-feira, 18 de fevereiro de 2025

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CALOTE MILIONÁRIO

Delegado calcula prejuízo superior a R$ 7 milhões em formandos lesados por empresa de formatura; mais de 130 BO's

Foto: Olhar Direto

Marcelo Nascimento, um dos donos da Imagem Eventos

Marcelo Nascimento, um dos donos da Imagem Eventos

O delegado Rogério Oliveira, titular da Delegacia Especializada do Consumidor (Decon), declarou que até a manhã desta terça-feira (4), 132 boletins de ocorrência já haviam sido registrados contra a empresa Imagem Eventos, por suposto estelionato. A estimativa preliminar aponta um prejuízo superior a R$ 7 milhões.


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"Até agora, 132 ocorrências registrados. Estima-se que mais de 7 milhões de reais, em total", afirmou Oliveira, em entrevista ao Olhar Direto nesta terça-fera (4).

A Imagem Eventos é acusada de decretar falência às vésperas das festas de formatura de diversas turmas das universidades Unic e Univag, deixando centenas de estudantes de cursos como medicina, direito e nutrição sem os eventos contratados e já pagos.

O escândalo veio à tona na sexta-feira (31), um dia antes do baile de formatura da turma de medicina do Centro Universitário de Várzea Grande (Univag), que estava marcado para sábado (1º). A empresa alegou dificuldades financeiras e afirmou ter protocolado um pedido de recuperação judicial.

Proprietários não fugiram do país, afirma delegado

O delegado ainda negou que os proprietários da empresa, Antônia Alzira Alves do Nascimento e seu filho, Márcio Nascimento, tenham fugido do país, como foi divulgado em alguns veículos de comunicação. Questionado sobre em qual cidade os suspeitos estariam, Ferreira preferiu manter em segredo, para não atrapalhar as investigações.

“Eles viajaram para a casa de familiares em outros estados. Sabemos que não estão mais em Mato Grosso, mas não saíram do país. Temos uma ideia de onde estão, mas não podemos divulgar detalhes por enquanto”, explicou.

A autoridade policial ainda afirmou que o foco da investigação agora é ouvir ex-funcionários da Imagem Eventos e representantes das comissões de formatura para quantificar as vítimas e estimar o verdadeiro valor do prejuízo. Até o momento, cerca de 15 pessoas foram ouvidas, incluindo funcionários e formandos.

O delegado revelou que a empresa não possui patrimônio registrado, o que dificulta qualquer tentativa de ressarcimento dos valores pagos.

"São só promessas de que haverá um retorno, mas não há lastro financeiro. Com uma dívida de R$ 7 milhões, como eles vão arcar com isso se não têm patrimônio?", questionou.

As oitivas continuam ao longo da semana.

Pedido de recuperação judicial negado

O juiz Márcio Aparecido Guedes, da 1ª Vara Cível de Cuiabá, negou o pedido de recuperação judicial feito pela empresa Imagem e Eventos. A decisão foi fundamentada na ausência de documentação essencial e em inconsistências no processo apresentado.

Na sentença, o magistrado destacou que a empresa não anexou aos autos documentos obrigatórios, como balanços patrimoniais, certidões financeiras e relatórios de passivo fiscal.

Outro ponto crítico foi a declaração de um valor de causa de apenas R$ 1,5 mil, considerado totalmente incompatível com a real situação financeira da empresa, que enfrenta um passivo milionário.

“Não bastasse o desleixo com o ordenamento jurídico e com o processo recuperacional, destaca-se (apesar de passível correção) o valor da causa indicado pela empresa, em completo desacordo com a realidade", afirmou o juiz na decisão.

A negativa judicial agrava ainda mais a situação da Imagem e Eventos, que já enfrenta dezenas de ações judiciais e 132 boletins de ocorrência registrados por formandos lesados.
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