A filha do advogado Renato Nery, Livia Nery, e o amigo do ex-presidente da OAB-MT, Walmir Cavallieri, contestaram as declarações do advogado Antônio João de Carvalho Júnior, alvo de uma representação disciplinar proposta por Nery antes de sua morte. A manifestação ocorreu após Carvalho Júnior conceder entrevista ao Olhar Jurídico, na qual repudiou o assassinato de Renato e negou qualquer irregularidade.
ASSISTA A ÍNTEGRA DO PODOLHAR COM A FAMÍLIA DO EX-PRESIDENTE DA OAB, RENATO NERY:
A Polícia Civil investiga se a representação disciplinar apresentada por Renato à OAB-MT em 26 de junho teve relação com o planejamento do homicídio. Antônio João foi alvo da operação Office Crime, que ainda cumpriu como mandados de busca e apreensão contra os advogados Agnaldo Bezerra Bonfim e Gaylussac Dantas de Araújo. Assim como o casal Cesar Jorge Sechi e Julinere Goulart Bastos.
Contestação das declarações
Livia Nery afirmou que, após a morte do pai, uma decisão judicial apontou que a falsificação de contratos mencionada na ação era indevida. Segundo ela, a defesa de Carvalho Júnior era esperada, mas não há indícios que desabonem a conduta de seu pai.
“Eu acho que é natural que ele se defenda. Mas já se passaram sete meses e não foi descoberto nada do meu pai que pudesse prejudicar a imagem ou corroborar qualquer coisa que ele tenha falado. Esse argumento, se isso é uma estratégia, é muito perigoso. Fazer denúncias contra pessoas pode se voltar contra você. Meu pai, com a reputação que tinha, não usaria uma estratégia tão arriscada”, afirmou Livia ao PodOlhar.
Walmir destacou que a decisão que apontava falsificação de documentos foi anulada pelo Tribunal de Justiça. Ele explicou que Renato não foi intimado a acompanhar a perícia que resultou na sentença desfavorável a ele.
“Quando fomos tomar conhecimento, já haviam usado esse laudo no processo. Entramos com recurso e o desembargador corregedor anulou a sentença dessas perícias. Além disso, uma perita de Campinas, referência na área, afirmou que não era possível concluir se a assinatura era falsa ou verdadeira”, declarou Walmir.
O advogado também questionou a alegação de falsificação. Segundo ele, Manoel Fernandes, proprietário da área envolvida na disputa judicial, mantinha proximidade com Renato.
“O Manuel, conhecido como Cabeça Branca, não saía do escritório do Renato. Se um advogado tivesse falsificado um documento dele, ele não ficaria lá dentro do escritório. Ele sabia o que tinha assinado”, afirmou Walmir.
Posição de Carvalho Júnior
Em entrevista ao Olhar Jurídico, Carvalho Júnior afirmou que só tomou conhecimento da representação contra ele por meio da imprensa, após a morte de Renato. Ele negou qualquer envolvimento em irregularidades e atribuiu as acusações a uma estratégia jurídica do ex-presidente da OAB-MT.
“A estratégia dele era tirar credibilidade de adversários em processos. Ele fazia graves acusações sem provas e, quando eram contrapostas por documentos, fazia representações para reforçar suas alegações”, disse Carvalho Júnior.
O caso segue sob investigação da Polícia Civil, que analisa se a denúncia apresentada por Renato Nery à OAB-MT teve influência na execução do crime.
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