O presidente estadual do Partido dos Trabalhadores (PT), Valdir Barranco, criticou o pedido do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) para que a manifestação programada para o dia 16 de março seja concentrada em Copacabana, no Rio de Janeiro. Para o petista, a decisão foi motivada pelo fato de que o estado é “território da milícia”.
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“A manifestação deles nacional flopou, porque já estava esvaziada, e vão manter no Rio de Janeiro porque é território da milícia, é território deles, que são milicianos. Acho que lá eles conseguem ter um pouco mais de densidade, mas não vai além disso”, afirmou Barranco.
O parlamentar também minimizou o impacto do ato e destacou que a sociedade brasileira rejeita a anistia para os envolvidos nos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023.
“Há um sentimento. Quem acompanhou pela televisão o Carnaval deste ano em todas as capitais viu que o grito de ‘sem anistia’ foi unânime. As pesquisas indicaram que 84% da população não aceita a anistia. Portanto, acho que o Congresso não tem força para isso e o STF não vai permitir que quem atentou contra a democracia de forma tão enfática, brutal e terrorista seja anistiado”, pontuou.
Barranco ainda afirmou que a tentativa de mobilização da direita tem como objetivo dificultar o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
“É o que resta para eles. Tentar trabalhar para continuar dificultando a vida do presidente Lula. Lula não tem tempo para jet ski, Lula não tem tempo para motociata. Creio que eles não terão sucesso nessa manifestação – excluindo os estados mais conservadores –, mas será um fracasso também”, completou.
Mobilização em Copacabana
A decisão de concentrar os atos no Rio de Janeiro atende a um pedido de Bolsonaro, que busca reunir apoiadores em um único evento para demonstrar força. Em Mato Grosso, líderes da direita, como o deputado estadual Gilberto Cattani (PL), seguiram a orientação e cancelaram os protestos que ocorreriam no estado.
“Para irmos todos, obviamente, os que puderem, para o Rio de Janeiro, em Copacabana, no próximo dia 16, para que todos juntos, numa mesma ação, façamos um movimento que possa servir de exemplo para o mundo todo”, declarou Cattani nas redes sociais.
Assim como em Mato Grosso, manifestações foram canceladas em outros estados. O protesto deve levar críticas ao governo Lula e ao Supremo Tribunal Federal (STF), além de levantar bandeiras como "Fora Lula", "contra as ditaduras judiciais" e pela "anistia dos presos políticos", em referência aos condenados pelos ataques golpistas de janeiro de 2023.
A organização conta com nomes da direita nacional, incluindo o pastor Silas Malafaia. A manifestação ocorre dias após a Procuradoria-Geral da República (PGR) denunciar Bolsonaro por tentativa de golpe.