Pilhas de roupas espalhadas, sujeira acumulada no quintal, restos de comida e um carrinho de bebê. Esse é o cenário da casa onde a adolescente Emilly Azevedo Sena, de 16 anos, foi brutalmente asfixiada e morta por quatro pessoas, no bairro Jardim Florianópolis, em Cuiabá.
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Print mostra momento em que adolescente de 16 anos grávida é atraída para a morte com promessa de doação
A jovem foi atraída ao local por Nataly Hellen Pereira Martins sob o pretexto de receber doações de roupas de bebê. No entanto, caiu em uma emboscada e teve a filha arrancada de seu ventre.
Na manhã desta quinta-feira (13), a equipe do
Olhar Direto esteve na residência, enquanto a Polícia Civil realizava os trabalhos de perícia. O ambiente, caótico e degradado, revela detalhes perturbadores da cena do crime.
Ao atravessar a porta de entrada, que leva diretamente à cozinha, encontra-se um espaço com poucos móveis e completamente revirado. Mais adiante, no quarto onde Emilly teria sido morta, um varal com calças masculinas estende-se pelo cômodo, enquanto roupas empilhadas ocupam uma das camas. Pelo chão, brinquedos infantis, fraldas descartáveis e um carrinho de bebê indicam que crianças vivem na casa.
Nataly, acusada do assassinato, é mãe de três filhos.
Seguindo pelo estreito corredor, chega-se ao quintal, onde o buraco raso que serviu de cova para Emilly permanece aberto. O tamanho reduzido da vala impressiona. O espaço ao redor está tomado por lixo, mato alto, restos de comida e galhos secos empilhados. Apesar da brutalidade do crime, não há sinais aparentes de sangue na residência – nem mesmo no local onde o corpo foi enterrado.
A ausência de vestígios visíveis do assassinato contrasta com a brutalidade do crime, deixando no ar perguntas sobre como tudo aconteceu dentro daquele espaço sombrio e precário.
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Relembre
Policiais da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) localizaram, na manhã desta quinta-feira (13), o corpo da jovem Emilly Azevedo Sena, de 16 anos. Ela estava gestante de 9 meses e desapareceu na quarta-feira (12), após sair para buscar doações de roupas para o bebê em Cuiabá.
Conforme apurado pela reportagem, o corpo foi localizado no bairro Jardim Florianópolis.
Mais cedo, em entrevista ao
Olhar Direto, a prima da vítima, Anny Isabelly, armou que a família estava desesperada à procura de Emilly. Segundo Anny, a adolescente, que mora em Várzea Grande, saiu de casa dizendo que iria até Cuiabá para receber doações de roupas de bebê de uma mulher desconhecida.Desde então, não deu mais notícias e o celular estava desligado.
"Ela sumiu desde 11 da manhã. Ela é de VG e veio para Cuiabá porque uma mulher desconhecida falou que estava com umas roupas de bebê para doar. Estamos desesperados atrás dela", disse a prima.
O caso veio à tona após mulher de 25 anos ser encaminhada à delegacia na noite de quarta-feira (12) após dar entrada no Hospital e Maternidade Santa Helena, em Cuiabá, alegando ter dado à luz em casa. No entanto, exames realizados na unidade levantaram suspeitas sobre a veracidade da gestação, levando a equipe médica acionar a Polícia Militar.
De acordo com o boletim de ocorrência, a mulher chegou ao hospital acompanhada da cunhada, carregando um recém-nascido no colo. Apesar de afirmar que havia passado por um parto domiciliar, a equipe médica notou que ela não apresentava sinais típicos do pós-parto, como sangramento ou produção de leite materno.
Os exames laboratoriais indicaram um nível de gonadotrona coriônica (um hormônio produzido durante a gravidez) compatível com ausência de gestação muito recente, o que aumentou as suspeitas da equipe médica. A médica responsável pelo atendimento acionou a Polícia Militar, que conduziu a suspeita à Central de Flagrantes para esclarecimentos.
O bebê permanece sob cuidados médicos no hospital.