Apesar de um levantamento realizado pela Universidade de São Paulo (USP) indicar que apenas 18,3 mil pessoas participaram do ato bolsonarista em Copacabana, no domingo (16), o prefeito de Cuiabá, Abilio Brunini (PL), segue firme em sua defesa pela anistia aos golpistas envolvidos nos ataques de 8 de janeiro. Durante declarações à imprensa nesta terça-feira (18), Brunini contestou a relevância dos números sobre a manifestação, enfatizando que o que realmente importa é o movimento crescente em torno da pauta da anistia no Brasil.
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O prefeito, que esteve no evento ao lado do governador Mauro Mendes (União), acredita que a proposta será aprovada no Congresso, desconsiderando a análise de que a medida não seria do interesse da maioria da população.
O estudo da USP, realizado pelo grupo Monitor do Debate Político do Centro Brasileiro de Análise e Planejamento (Cebrap), indicou que a manifestação foi consideravelmente menor que as de outras mobilizações bolsonaristas na mesma praia. A diferença é notável: o ato de setembro de 2022 contou com 64,6 mil participantes, segundo a mesma metodologia. Por outro lado, o Datafolha calculou a presença de 30 mil manifestantes na manifestação recente, enquanto a Polícia Militar do Rio de Janeiro estimou "mais de 400 mil" — número que gerou controvérsias por ter sido divulgado sob orientação do governador Claudio Castro (PL).
Apesar das discrepâncias nos números, o prefeito de Cuiabá minimizou o impacto da quantidade de participantes e insistiu que a proposta de anistia, vista por muitos como controversa, continuará a ser uma prioridade. "Acredite na Globo, acredite no número que a Globo está falando. O importante é ver que o Brasil inteiro está movimentado com isso. Vamos ter o maior número de deputados na Câmara para aprovar o projeto", afirmou Brunini, demonstrando confiança de que o Congresso aprovará a anistia, considerada por ele uma medida essencial para "retomar o país".
Brunini, que esteve ao lado de Mendes no evento, sublinhou que a aprovação do projeto no Congresso é uma questão de tempo. Para ele, o apoio à anistia transcende os números da manifestação de domingo e reflete um sentimento maior de parte da sociedade.
O prefeito de Cuiabá também comparou o ato em Copacabana com outras manifestações políticas, alegando que a mobilização bolsonarista, mesmo em seu menor momento, foi mais significativa do que outros eventos no Brasil.