Familiares de Emelly Beatriz Azevedo Sena, de 16 anos, que teve sua filha retirada do ventre após ser brutalmente assassinada pela bombeira civil Nataly Hellen Pereira Martins, na última quarta-feira (12), anunciaram o lançamento de uma campanha solidária para arrecadar leite, fraldas, roupas e outros itens essenciais para a pequena Liara, filha da adolescente. Os pontos oficiais de arrecadação estarão localizados na Câmara de Vereadores e na Secretaria da Mulher, na Avenida Getúlio Vargas.
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Nesta terça-feira (18), a avó da criança e mãe de Emelly, Ana Paula Azevedo, esteve na Câmara Municipal de Cuiabá pedindo justiça pela morte da adolescente. Emocionada, a mulher destacou a dor de perder a filha de maneira tão cruel, descrevendo-a como um “sacrifício vivo” para trazer sua neta ao mundo.
Após o discurso na Câmara, Ana Paula também confirmou que a neta necessita de doações de leite, como a fórmula NAN, e de fraldas para sobreviver nesse momento tão delicado.
“Ela está tomando NAN, fórmula COMFOR 1”, disse Ana Paula.
O prefeito Abílio Brunini (PL) afirmou que ofereceu a sede da Secretaria da Mulher, na Avenida Getúlio Vargas, na capital, como ponto de apoio para quem quiser ajudar a família de Emelly. Voluntários também podem realizar as doações na Câmara dos Vereadores. Segundo o gestor, não é necessário realizar transferências em dinheiro via PIX. O foco, neste momento, é a entrega de leite, fraldas, roupas e outros objetos que serão direcionados à família.
Abílio ainda ressaltou que o que exceder às necessidades da família, será destinado a outras crianças.
"Aqui na Câmara Municipal, assim como na Secretaria da Mulher, é um ponto de apoio para quem quiser ajudar a família. Não é PIX, não é nada. Elas estão precisando de alguns materiais, como leite, fraldas e outros itens. E, através da ajuda da própria família da Emelly, o que exceder será transferido para outras mães que precisam", disse o prefeito.
Relembre
O caso veio à tona na noite de quarta-feira (12), quando Nataly Hellen Martins Pereira deu entrada no Hospital e Maternidade Santa Helena, em Cuiabá, tentando registrar um recémnascido como seu. Ela alegou ter dado à luz em casa, de forma natural, mas exames médicos indicaram que não havia sinais de gestação ou puerpério, o que levou a equipe a acionar a polícia.
No mesmo dia, familiares de Emelly Beatriz Azevedo Sena procuraram a Delegacia de Desaparecidos para registrar seu sumiço. A adolescente havia saído de casa, em Várzea Grande, para buscar doações de roupas para o bebê de Nataly, no bairro Jardim Florianópolis, em Cuiabá. No entanto, ela foi atraída ao local para ser morta e ter a criança retirada do ventre.
Após a prisão de Nataly, a polícia iniciou as investigações e, no dia seguinte, encontrou o corpo de Emelly nos fundos da casa dos pais da suspeita. O laudo da Perícia Ocial e Identicação Técnica (Politec) conrmou que a adolescente teve a barriga cortada ainda viva e morreu por hemorragia.
Na ocasião, dois homens chegaram a ser presos, mas foram liberados no mesmo dia, assim como o marido da suspeita. Nataly confessou o crime em depoimento e teve sua prisão em agrante convertida em preventiva após audiência de custódia na sexta-feira (14). Sua defesa, entretanto, solicitou um exame de sanidade mental para avaliar sua condição psicológica.