O vereador Daniel Monteiro (Republicanos) criticou a presença frequente do prefeito de Cuiabá, Abílio Brunini (PL), na Câmara Municipal, especialmente nos dias de sessão. Segundo Monteiro, a participação constante do chefe do Executivo nas atividades do Legislativo tem sido excessiva, mas evitou afirmar que isso cause intimidação aos parlamentares.
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Nesta quinta-feira (20), Abílio esteve novamente na Câmara para apresentar um projeto de lei em regime de urgência urgentíssima. A proposta busca facilitar a emissão de alvarás para obras de pequeno e médio porte, permitindo que arquitetos e engenheiros façam a autodeclaração das construções, o que resultaria na liberação imediata do documento. Monteiro reconheceu a importância da matéria, embora tenha criticado a falta de planejamento prévio.
"Concordo que houve um excesso da presença do prefeito e suspensão de sessões aqui na Casa. Por outro lado, hoje foi feliz, apesar de ser um projeto em regime de urgência derivar de uma falta de organização – poderia ter sido feito com maior diálogo – a lei é boa. Do ponto de vista da presença reiterada do prefeito na Câmara, acho que está um pouco em excesso. Na minha votação ele não interfere", declarou o parlamentar.
Monteiro também comentou a decisão de Abílio Brunini de não realizar evento comemorativo pelo aniversário de 306 anos de Cuiabá, no próximo dia 8 de abril. O prefeito anunciou que, em vez de festividades, promoverá um mutirão de limpeza na cidade. Para o vereador, a escolha é legítima, mas ele defende um equilíbrio entre gestão e cultura.
"Ele foi eleito e tem a legitimidade para definir essa questão de festividades. Se eu fosse prefeito, faria uma comemoração simbólica, para mostrar a importância da cidade. Mutirão de limpeza não é só para esse momento, tem que acontecer sempre. Não é uma dicotomia, acho que é perfeitamente possível estimular a cultura. Temos que dar mais atenção à cultura, sem prejuízo ao tapa-buracos", afirmou.
Ao ser questionado se a presença contínua de Abílio na Câmara gera subserviência entre os vereadores, Monteiro preferiu não generalizar, afirmando que qualquer análise nesse sentido deve ser feita de forma individualizada. "Quando a gente fala em subserviência, a gente tem que tirar o nome da Câmara e citar nominalmente cada vereador, se é que haja subserviência. Isso atrapalha a imagem do Parlamento", concluiu.