Três dias antes da audiência pública para debate o veto aos “mercadinhos” nas unidades prisionais de Mato Grosso, o secretário de Estado de Justiça, Vitor Hugo Bruzulato, afirmou que as investigações locais indicam que as cantinas servem “apenas para o fortalecimento financeiro das facções criminosas”. Ele ainda garantiu que a Sejus continuará trabalhando tecnicamente e juridicamente para fechar todos os mercados em penitenciárias.
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“Tivemos seis liminares [para reabrir os mercadinhos] e dentro do Estado democrático de direito nós estamos cumprindo essas decisões. Então seis unidades possuem funcionamento dos mercadinhos, mas dentro do nosso planejamento é trabalhar juridicamente e tecnicamente pelo fechamento. [...] as investigações da Polícia Civil, de outras instituições que demonstraram isso, que os mercadinhos e cantinas só servem para o fortalecimento financeiro das facções criminosas”, disse o secretário.
A declaração foi dada na manhã desta segunda-feira (24), durante apresentação dos resultados do primeiro quadrimestre da operação Tolerância Zero, deflagrada pelo governo do Estado como uma ação conjunta de todas as forças de segurança estaduais para combater a criminalidade em Mato Grosso.
O secretário ainda reforçou que órgãos federais também recomendas o fim dos mercadinhos. “Tem um estudo técnico realizado no final do ano passado pela Secretaria Nacional de Políticas Penais (SENAPPEN), foi feita uma avaliação de 1200 unidades prisionais em todo Brasil e em todas elas foi demonstrado que existe esse mercado paralelo que fortalece financeiramente as facções criminosas. E uma recomendação do Conselho Nacional de Políticas Criminais e Penitenciárias que recomenda que os Estados não permitam o funcionamento dos mercadinhos”, disse.
Enquanto isso, está marcada para quinta-feira (27) uma audiência pública requerida pelo deputado estadual Eduardo Botelho (União) com objetivo de discutir a questão de permitir ou não os mercadinhos nos presídios. O objetivo é esclarecer as dúvidas dos parlamentares estaduais que terão que votar se mantém ou derrubam o veto do governador Mauro Mendes (União) aos mercadinhos.
