A deputada federal Coronel Fernanda (PL-MT) ingressou com um requerimento de informação na Câmara dos Deputados solicitando que a ministra dos Povos Indígenas, Sônia Guajajara, preste esclarecimentos sobre a visita da atriz norte-americana Angelina Jolie à Terra Indígena Capoto/Jarina, no município de Peixoto de Azevedo (700 km de Cuiabá), onde se reuniu com o cacique Raoni Metuktire e outras lideranças do povo Mebêngôkre-Kayapó.
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A parlamentar, que é presidente da comissão externa da Câmara que acompanha a crise humanitária dos indígenas Yanomami, alegou no documento falta de publicidade sobre a visita e cobra detalhes sobre a autorização para o ingresso da artista e de sua equipe estrangeira no território indígena. No requerimento, a coronel apresenta uma série de questionamentos à pasta comandada por Guajajara.
Entre os pontos abordados estão os critérios utilizados pela Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai) para permitir o ingresso de brasileiros e estrangeiros em terras indígenas, a existência de registros oficiais sobre a entrada da atriz na Capoto/Jarina, a lista dos integrantes da comitiva que a acompanhava e os vínculos deles com a Funai.
“Faz-se necessário que a Exma. Ministra apresente informações para que este Parlamento cumpra o seu papel fiscalizador e de acompanhamento das ações realizadas e planejadas pelo Poder Executivo”, diz trecho do requerimento assinado pela deputada.
Coronel Fernanda também quer saber se houve algum acordo ou contrato firmado entre o governo federal e entidades responsáveis pela visita, se foram feitas filmagens ou registros durante a passagem da comitiva e se houve alguma forma de quarentena ou controle sanitário antes do contato com os indígenas.
A visita de Angelina Jolie ocorreu no início de abril, na aldeia Piaraçu, situada na mesma terra indígena mencionada pela parlamentar. Na ocasião, a atriz participou de conversas sobre direitos dos povos originários, fez pinturas corporais tradicionais e não utilizou suas redes sociais para divulgar imagens da visita. A presença dela, no entanto, foi registrada por moradores locais e veículos da imprensa nacional.
Reconhecida internacionalmente por seu ativismo humanitário, Angelina é embaixadora da Agência da ONU para Refugiados (ACNUR) e costuma atuar em defesa de minorias e grupos vulneráveis, incluindo indígenas, mulheres e refugiados.