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Quarta-feira, 14 de maio de 2025

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BASTIDORES DE R$ 250 MIL

Coação e apoio forjado: cartolas acusam Dresch de manobrar assinaturas para se reeleger na FMF

Foto: Reprodução

Coação e apoio forjado: cartolas acusam Dresch de manobrar assinaturas para se reeleger na FMF
O ex-presidente do União Esporte Clube e o presidente licenciado do Nova Mutum afirmaram nesta semana que não assinaram subscrição à chapa de Aron Dresch, patriarca da família dona do Cuiabá, para a reeleição à presidência da Federação Mato-grossense de Futebol (FMF). Vale lembrar que ambos são candidatos à vice-presidentes pela oposição, e que o Ministério Público abriu inquérito para investigar possíveis irregularidades na gestão e no processo eleitoral da entidade.


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A chapa “Progresso no Futebol”, encabeçada por Dresch, foi protocolada no dia 15 de abril, contendo 22 assinaturas de clubes e uma associação.

Encabeçada pelo empresário João Dorileo Leal, dono do Mixto e do Grupo Gazeta, a chapa “Federação Para Todos” foi protocolada nesta quarta-feira (23), com seis assinaturas de clubes e uma associação.

Acontece que Reydner Souza, ex-presidente do União, e Leomar Pinto, presidente licenciado do Nova Mutum, afirmaram categoricamente que não assinaram a subscrição à chapa de Dresch, sobretudo porque eles são candidatos à vice-presidência pela chapa de Dorileo.

Segundo o estatuto da FMF, determinado clube só pode rubricar apoio a uma única chapa. Caso faça em duas, vale a que foi protocolada primeiro. Ao todo, seis clubes e uma liga assinaram a chapa de Dorileo Leal, sendo eles: Santa Cruz, Mixto, União, Operário Ltda, Associação Camponovense, Nova Mutum e Liga Alta Floresta.

Leomar confirma que assinou no dia 26 de fevereiro um documento em apoio ao atual presidente – documento este que não tinha relação com as eleições da FMF, até porque a regulação do pleito só foi publicada oficialmente no dia 15 de abril, data em que Dresch protocolou sua chapa com as rubricas de todos os clubes do estado.

“Mas para nossa surpresa, foi apresentado este documento agora para a subscrição da sua chapa para concorrer à presidência da Federação. Este documento, eu o assinei no dia 26 de fevereiro, junto à Federação Mato-grossense. E agora foi apresentado com a data do dia 15 de abril.  Então para mim este documento não tem validade nenhuma para a subscrição de chapa para concorrer à presidência da Federação”, afirmou Leomar.  

O ex-presidente do Colorado de Rondonópolis foi ainda mais incisivo. Chegou a dizer que foi coagido por Dresch para assinar esse documento sob pena de perder “alguns direitos”. Reydner reiterou que, naquele momento (meses antes do dia 15 de abril), ele e Aron conversaram a respeito da reeleição, tendo, inclusive, demonstrado seu interesse em participar do processo.

Porém, depois disso, Reydner afirma que Dresch nunca mais o procurou, ao passo que Dorileu lhe convidou para compor a chapa de oposição. “Nunca recebi um telefonema de ninguém que falasse em nome do presidente Aron. Recebi um convite e o presidente Dorileo e aceitei”. Ele acrescentou ainda que, na data em questão, sequer estava no Brasil.  “Então não reconheço esse documento faço parte da outra chapa e vamos fazer um futebol para todos”, completou.

De acordo com o edital de convocação da FMF, 21 clubes e uma liga estão aptos para votar. Quem vencer comandará a federação em mandato de quatro anos, entre 25 de maio de 2025 e 25 de maio de 2026. A eleição ocorre no próximo dia 3 de maio.

Aron Dresch foi eleito presidente da FMF pela primeira vez em 2017. Na época, ele teve a candidatura impugnada por questionamento às validades das assinaturas dos presidentes dos clubes, mas uma manobra permitiu que os próprios clubes o reintegrassem à disputa.

A eleição também envolveu peculiaridades como a inelegibilidade de voto de alguns clubes, ainda assim ele foi eleito.

Em 2021, foi reeleito com o apoio de 4 vice-presidentes, Geandre Bucair (Dom Bosco), Carlos Rufino (União), Helmute Lawisch (Luverdense) e Márcio Alencar (Mixto). Apesar de ter prometido o fim de longos mandatos na federação, a reeleição contradiz seu discurso anterior e, agora, vai em busca de mais um mandato.

Se vencer novamente, somará 12 anos no cargo. Ele fechou a chapa tendo como vice o atual gestor do Luverdense, Aluizio Bassani, e o advogado Geandre Bucair Santos, membro do Superior Tribunal de Justiça Desportiva.

Caso eleito, Dorileo deverá sair da gestão do Tigre para, à frente da FMF, poder fortalecer o futebol no estado.

Procurada, a entidade afirmou que não vai se posicionar sobre o assunto e que os documentos públicos e oficiais pertinentes ao pleito estão disponíveis no seu site oficial.

FMF na mira do MP

Em meio ao escândalo descoberto pela Revista Piauí, que revelou supersalários concedidos pelo presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) Edinaldo Rodrigues aos dirigentes estaduais, na casa dos R$ 250 milhões, dentre eles Dresch, as eleições da FMF ainda estão na mira do Ministério Público do Estado.

O promotor Renee do Ó Souza instaurou Inquérito Civil para investigar possíveis irregularidades na gestão e no processo eleitoral da FMF de Dresch. Souza considerou que, se comprovadas tais contundas - como suposta negociação de votos na eleição -, a legalidade do processo eleitoral ficaria comprometida, como também o interesse social do futebol do estado vinculado à federação.

A investigação visa apurar o descumprimento de normas estatutárias, a falta de transparência no pleito, e a possível compra de votos, em atenção à Lei Geral do Esporte e aos princípios da legalidade e moralidade.

Para tanto, foram determinadas diversas diligências, como a análise de contratos com entes públicos, o levantamento de ações judiciais contra a FMF, e a requisição de documentos e informações à federação. Adicionalmente, foram recomendadas medidas preventivas à FMF para garantir a lisura e a transparência do processo eleitoral. O objetivo final é assegurar a regularidade e a legitimidade das eleições na entidade esportiva.

 
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