A secretária municipal de Saúde de Cuiabá, Lucia Helena Barboza, afirmou que a atual gestão tem atuado para reorganizar o fluxo de atendimento nas unidades da capital e reduzir o tempo de espera por procedimentos. Durante entrevista ao PodOlhar, ela detalhou ações adotadas desde o início da gestão, como o acolhimento de demandas espontâneas nas unidades básicas e medidas para desafogar as UPAs.

Segundo Lucia, a rede básica tem papel essencial no acompanhamento de pacientes com doenças crônicas e em atendimentos ambulatoriais, mas é comum que esses serviços sejam sobrecarregados por casos de menor gravidade. “A unidade básica serve para fazer acompanhamento de doenças crônicas, atendimento ambulatorial de pediatria, de gestantes de baixo risco. São coisas que podem esperar um pouco, mas não três meses. Por isso comunicamos à população sobre o acolhimento de demanda espontânea, que permite a triagem e o encaminhamento adequado de cada caso.”

A secretária afirmou que, no pico das arboviroses no início do ano, as UPAs chegaram a registrar 3.700 atendimentos em um único dia. Para lidar com esse volume, a gestão reforçou a orientação para que casos leves fossem direcionados às unidades básicas de saúde. “Causa atraso no atendimento, mas, na maioria das vezes, não são situações de risco iminente”, explicou.

Lucia também destacou que, para melhorar o giro dos leitos hospitalares, algumas cirurgias ortopédicas foram realizadas com apoio do governo estadual. A secretaria ainda mantém programas como o EMAD (Melhor em Casa), que permite a continuidade de tratamentos na residência do paciente, liberando espaço nas unidades hospitalares.

Sobre cirurgias eletivas, a secretária informou que uma nova licitação está em andamento para garantir o fornecimento de materiais cirúrgicos. O contrato atual cobre apenas a mão de obra médica, o que limita a realização de procedimentos. “Estamos com processo licitatório para adquirir caixas cirúrgicas e outros insumos. A expectativa é de que as cirurgias odontológicas e de outras especialidades comecem a ser retomadas nas próximas semanas”.

Outro ponto abordado foi a necessidade de reorganizar a fila de espera por cirurgias e exames. A secretaria está testando uma ferramenta de inteligência artificial para revisar os cadastros e confirmar com os pacientes a atual necessidade do procedimento. “Temos que saber quem realmente está na fila, em que estágio está a patologia e se o paciente ainda tem interesse na cirurgia. A fila também inclui exames e procedimentos de baixa complexidade”, disse.

A secretária acrescentou que a reestruturação também passa por obras de manutenção em unidades de saúde e pela instalação de novos equipamentos. Algumas reformas, como na unidade do bairro Passaredo, estão em fase final. No total, 29 novas cadeiras odontológicas foram adquiridas, três delas já instaladas.

Lucia informou ainda que a aprovação de um projeto de lei pela Câmara Municipal, de iniciativa do prefeito Abilio Brunini (PL), deve acelerar os processos licitatórios e permitir a contratação de empresas para atuar em frentes distintas de reforma. “Uma só não daria conta. Essa lei deve dar a celeridade necessária para que a gente avance”, afirmou.