“Ele era muito possessivo com ela”: mãe de adolescente morta a tiros diz que tentou afastar filha do médico :: Notícias de MT | Olhar Direto

Olhar Direto

Quinta-feira, 15 de maio de 2025

Notícias | Cidades

CASO KETHLYN

“Ele era muito possessivo com ela”: mãe de adolescente morta a tiros diz que tentou afastar filha do médico

Foto: Reprodução

“Ele era muito possessivo com ela”: mãe de adolescente morta a tiros diz que tentou afastar filha do médico
Luciana da Silva, mãe da adolescente Kethlyn Vitória da Silva, de 15 anos, assassinada com um tiro na cabeça, no dia 3 de maio em Guarantã do Norte (732 km de Cuiabá), se manifestou publicamente pela primeira vez desde o crime.


Leia mais
Médico que matou adolescente em Guarantã se formou na Bolívia e atuou em duas cidades de MT


Em entrevista ao jornalista Vinicius Rangel, do portal UOL, ela contou que o relacionamento da filha com o médico Bruno Felisberto Tomiello, de 29 anos, era marcado por ciúmes e brigas constantes. Luciana chegou a tirar a jovem da cidade para tentar protegê-la, mas Kethlyn decidiu retornar.

“Eu não aprovava esse namoro e cheguei a tirar minha filha da cidade por causa disso”, disse a mãe, ainda abalada.

“Os dois começaram a namorar há cinco meses. Ele demonstrava ser um bom rapaz”, contou. “Mas era muito possessivo com ela. Eles brigavam muito. Isso todo mundo sabia, porque as brigas eram na frente das pessoas.”

Kethlyn e Bruno moravam juntos desde o início do namoro. Nos últimos dias antes do crime, a adolescente demonstrava estar feliz. Em áudios enviados à mãe, falava do aniversário que planejava para a irmã de três anos e se mostrava empolgada com o futuro.

“Ela amava as irmãs, gostava muito das menininhas. A maior felicidade dela era cuidar dessas crianças”, disse Luciana. “Ela era muito feliz, carregava um sorriso lindo. A maior saudade que tenho é de vê-la sorrindo.”

Segundo a mãe, o sonho de Kethlyn era cursar Direito e se tornar advogada criminalista.

“Ela já tinha na cabeça que queria ser advogada criminalista. Eu sempre dei os melhores conselhos para ela, dizia para ela focar nos estudos, fazer uma faculdade para ter um bom futuro.”

Tiro acidental

O crime aconteceu dentro do carro do médico. Ao se apresentar à delegacia, Bruno alegou que o tiro foi acidental, chegando a dizer que a própria jovem havia disparado a arma. A versão, no entanto, foi desmentida pelo delegado Waner dos Santos Neves, responsável pelo caso.

Segundo Luciana, o próprio Bruno acabou confessando o assassinato.

"Ele atirou porque ele quis, ele confessou para o delegado. No começo ele veio com essa tese, dizendo que tudo foi um acidente, que ela mesma tinha disparado a arma na cabeça dela. Mas aí, por final, ele confessou que atirou na cabeça dela”, relatou.

Arma irregular

O delegado Wener Santos Neves, responsável pela investigação, afirmou ao Olhar Direto que a arma utilizada no crime, uma pistola calibre 9mm, não era registrada. Bruno também não possuía porte nem posse para manusear o armamento. O médico se apresentou à Polícia Civil na tarde de segunda-feira (5), na Base Aérea do Cachimbo, no Pará.

Contra ele já havia um mandado de prisão temporária decretado pela Justiça. A Polícia Civil do Pará entrou em contato com a equipe de Guarantã do Norte, que foi até o local realizar a condução do suspeito até a delegacia.

Durante o interrogatório, que durou cerca de uma hora e foi acompanhado por um advogado, Bruno alegou que o disparo foi acidental. Ele contou que estava com Kethlyn no carro, retornando de um passeio, e que ambos haviam consumido bebida alcoólica.

A adolescente teria pedido para dirigir e, ao sentar-se no colo dele, ele manuseou a arma, acreditando estar desmuniciada. Foi nesse momento que ocorreu o tiro fatal.

Ainda conforme o relato, o médico disse que socorreu a jovem imediatamente, levando-a até o hospital da cidade, onde permaneceu durante os procedimentos de reanimação, que duraram cerca de 40 minutos, sem sucesso. Em estado de choque, ele chegou a quebrar móveis na unidade antes de deixar o local. 

O delegado também confirmou que Bruno já foi alvo de uma medida protetiva de urgência solicitada por uma ex-companheira em 2022. No entanto, não há mais detalhes sobre o caso, tampouco sobre a identidade da mulher. 

Além disso, a Polícia Civil também irá investigar o relacionamento entre Bruno e Kethlyn, que completou 15 anos no último dia 31 de março.

Segundo o delegado, se ficar comprovado que o médico se relacionava com a menor quando ela ainda tinha 14 anos, ele poderá responder também por estupro de vulnerável.

Prisão mantida

Bruno Felisberto passou por audiência de custódia na última terça-feira (6) e está preso na unidade prisional de Peixoto de Azevedo. A Polícia Civil investiga o histórico do relacionamento entre ele e Kethlyn.
Entre no nosso canal do WhatsApp e receba notícias em tempo real, clique aqui

Assine nossa conta no YouTube, clique aqui
 

Comentários no Facebook

Sitevip Internet