O prefeito de Cuiabá, Abilio Brunini (PL), afirmou nesta sexta-feira (9) que não pretende encerrar antes do prazo nem prorrogar o decreto de calamidade financeira em vigor no município, que deve terminar entre os dias 31 de junho e 13 de julho. Apesar do pagamento de 5,32% da Revisão Geral Anual (RGA) aos servidores na folha de maio e da concessão de outros benefícios à população, o gestor declarou que o cenário fiscal da Prefeitura ainda não representa uma recuperação total.
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“Não vamos esbanjar os recursos. Vamos aplicar na economia, equalizando as aplicações da economia. Até o meio do ano, vamos manter essa segurança e manter recursos. A gente vai chegar no meio do ano com quase R$ 180 milhões de economia”, afirmou o prefeito, durante coletiva à imprensa.
Abilio comparou o decreto a um “remédio” que, segundo ele, precisa ser mantido até o final do tratamento para garantir os resultados. De acordo com o prefeito, a medida ainda permite renegociar contratos e dívidas com fornecedores. “Tem empresa que veio ao município e falou: ‘vou dar 20%, 30% de desconto para pagar a dívida’. Esse desconto vira pontos positivos para a sociedade”, disse.
O prefeito também citou dívidas judiciais como entrave ao equilíbrio das contas. Segundo ele, o município foi recentemente notificado a pagar R$ 13 milhões referentes a uma desapropriação de 1976. Outro passivo mencionado foi uma dívida de R$ 27 milhões com empresas do transporte público, que resultou em uma renegociação intermediada pelo Tribunal de Contas.
Abilio afirmou ainda que o decreto permitia à gestão postergar a aplicação da RGA, mas optou por manter o pagamento em maio como reconhecimento ao apoio dos servidores. “O decreto de calamidade nos permitiria jogar isso mais para a frente. Mas a gente fala: não, vamos ajudar o servidor que está nos ajudando”, declarou.
O prefeito reiterou que o fim do decreto não representará uma situação financeira confortável. “Vai terminar o decreto, vai continuar as dívidas, vai continuar os problemas, vai continuar a tendência de fazer a gestão econômica apertada, do mesmo jeito”, disse.
Durante a coletiva, o prefeito também voltou a provocar críticos de sua administração entre os servidores públicos. “Quem acha que sou inimigo do servidor vai ter que assinar uma cartinha abrindo mão da RGA”, declarou.