A prefeita de Várzea Grande, Flávia Moretti (PL), iniciou uma aproximação nos bastidores para tentar reverter o clima de desgaste com a Câmara de Vereadores.
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A aproximação ocorre em meio a uma base fragilizada, divergências internas e pressão por maior diálogo. Flávia afirma que a interlocução com os vereadores está sendo conduzida com tranquilidade, e minimiza os ruídos causados por críticas e cobranças dos parlamentares.
“Olha, eu não tenho, está muito tranquila a Câmara, os vereadores. Hoje eu assisti à sessão, então assim, lógico, tem aqueles que criticam, que defendem, que faz parte deles, e os outros que defendem, que apontam, que realmente eu estou tentando caminhar, estou fazendo a coisa caminhando, estou fazendo a coisa acontecer devagar, então isso é fácil”, disse.
Um dos episódios recentes que expôs o racha foi o pedido de intervenção no Departamento de Água e Esgoto (DAE), feito pelo vereador Bruno Rios, do próprio PL. Flávia atribuiu a manifestação à falta de conhecimento e reforçou que o diálogo é o caminho para resolver os impasses. Ela também adiantou que reuniões estão em curso para alinhar os posicionamentos do partido.
“Olha, eu acho que faltou um pouquinho dele, até de conhecimento nessa situação da referência a uma intervenção, e de dialogar comigo. Inclusive nós vamos ter reuniões, hoje inclusive eu tenho reunião comigo daqui a pouco, tenho reuniões para a gente alinhar justamente essas deliberações, pedidos, deliberações, requerimentos, essas situações, tudo dentro do partido”, explicou.
A prefeita afirma que está com as portas do gabinete abertas e que se mantém acessível aos vereadores e demais interlocutores. Mesmo diante das tensões, reforça que está disposta a conversar e buscar soluções.
“Olha, eu estou, o meu gabinete é porta aberta para todos os vereadores, para a imprensa, para o secretariado, para todos que quiserem dialogar comigo. O meu celular está à disposição, todo mundo sabe, é público, é aberto, mas é só uma questão de conversa, se quer conversar, eu estou pronta para dialogar”, disse.
A relação com os vereadores se desgastou após desentendimentos com o presidente da Câmara, Wanderley Cerqueira (MDB), e a recusa em nomear o ex-vice-prefeito Arilson Arruda para o comando do Pronto-Socorro. Outro fator de tensão foi o pedido da prefeita ao Tribunal de Contas do Estado (TCE) para reduzir o valor do duodécimo repassado à Câmara.
Mesmo com o discurso de aproximação, o distanciamento entre Executivo e Legislativo foi escancarado no início do mandato. Em uma sessão extraordinária, os vereadores aprovaram uma proposta do ex-prefeito Kalil Baracat (MDB) que revogou a concessão do aterro sanitário da cidade, movimento interpretado como um recado político à nova gestão. O esforço de Flávia para reconstruir pontes agora é crucial para garantir a governabilidade e aprovar projetos centrais, como a privatização do DAE.