A primeira-dama do Estado de Mato Grosso, Virginia Mendes, disse que, por ser filha de uma mulher negra, também sente na pele o racismo que sua mãe sentia. Em discurso nesta quarta-feira (14), no lançamento do material pedagógico “Minha África Brasileira e Povos Indígenas”, no auditório da Secretaria de Estado de Educação (Seduc), ela afirmou que é preciso “quebrar o preconceito que as pessoas têm” porque “somos todos iguais”.

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“Eu sei o que é viver o racismo. A minha mãe passou muito por isso, e eu sentia na pele o que ela sentia. Eu sou filha de uma negra -- adotiva --, mas sou filha de uma negra, então eu sei o que é o racismo”, disse Virginia em seu discurso.

“Quero dizer para vocês que é um orgulho a gente poder quebrar isso. Nós temos que quebrar esse preconceito que as pessoas têm. Nós somos todos iguais, nós não temos diferença, nós somos seres humanos, nós temos corações, nós temos alma. Não tem que ter [divisão] ‘porque é preto, porque é branco’. Não, gente! Nós somos iguais, nós somos filhos de Deus”, continuou.

Na sequência, ela afirmou ainda que tem “uma alma indígena” e disse que gosta de estar em locais onde as pessoas raramente fazem visitas.

“As pessoas falam: ‘Ah, mas nunca houve uma primeira-dama que [...]’. Mas eu gosto de ir onde realmente ninguém nunca foi. É no lixão, que as pessoas não querem ir. Eu gosto de estar lá, porque eu acho que a minha obrigação como primeira-dama é ir, acalentar e ouvir a necessidade de todos, independente de ser lixão, onde seja, e eu tenho prazer nisso. Eu faço com amor, eu faço com carinho, eu gosto do que eu faço, eu sou voluntária, e eu acho que tem que quebrar essa discriminação que existe, tanto com os povos indígenas. E esse material vem para isso, então é um orgulho”.