O caseiro Alex Roberto de Queiroz Silva, preso desde março por envolvimento no assassinato do advogado Renato Nery, confessou nesta quinta-feira (15) que foi o autor dos disparos que mataram o jurista. A informação foi confirmada ao
Olhar Direto pelo delegado Bruno Abreu, da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), responsável pelas investigações.
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Com dívidas com agiotas e sem dinheiro para gasolina da moto, executor aceitou matar advogado por promessa de R$ 200 mil
Durante depoimento prestado na DHPP, em Cuiabá, Alex reafirmou as informações anteriormente reveladas por Heron Teixeira Pena Vieira, policial militar da reserva e ex-integrante da Rotam, que o contratou para executar o crime. Segundo o delegado, o caseiro demonstrou arrependimento e colaborou com a apuração.
Em entrevista coletiva concedida na última segunda-feira (12), o delegado já havia antecipado que Alex vivia uma situação financeira desesperadora quando foi contratado para a execução.
“Ele tinha dívidas com agiotas e não tinha dinheiro sequer para pagar a gasolina da moto que usou no dia do crime. Isso mostra o desespero dele em conseguir dinheiro”, declarou a autoridade policial.
O assassinato ocorreu no dia 5 de julho de 2023, quando Renato Nery, de 72 anos, foi baleado ao chegar ao escritório onde trabalhava, na Avenida Fernando Corrêa da Costa, em Cuiabá. Alex chegou em uma motocicleta vermelha e utilizou uma pistola Glock G17 adaptada para modo automático. Foram feitos sete disparos, mas apenas um atingiu o advogado — na cabeça. Ele chegou a ser socorrido com vida, mas morreu no dia seguinte no hospital.
Alex foi preso na chácara em que trabalhava como caseiro, em Várzea Grande, no bairro Capão Grande, local arrendado por Heron. O PM, por sua vez, foi detido no dia seguinte após se apresentar espontaneamente na delegacia. Ambos foram indiciados por homicídio triplamente qualificado.
A investigação aponta que Heron recebeu R$ 150 mil para organizar a execução e dividiu o valor com Alex. O acordo inicial previa R$ 200 mil, mas parte da quantia não foi paga. O não pagamento teria dado início a uma série de tentativas de extorsão contra os supostos mandantes do crime, o casal de empresários Julinere Goulart Bastos e César Jorge Sechi. Ambos foram presos na última sexta-feira (9), com prisão temporária decretada.
A motivação do crime seria uma disputa por terras avaliadas em mais de R$ 30 milhões.
A trama também envolve o PM Jackson Barbosa, apontado como intermediador. Ele foi preso em 17 de abril em Primavera do Leste.
As investigações continuam em andamento.