O prefeito de Peixoto de Azevedo, Nilmar Nunes de Miranda, conhecido como Paulistinha (UNIÃO), defendeu a atuação de garimpeiros balseiros que estariam atuando de forma ilegal no município. A defesa ocorreu em uma reunião com a cooperativa de garimpeiros de Peixoto, no qual representantes reclamaram que não estão trabalhando em meio às ofensivas de operações. Conforme averiguação da Sema, todas as atividades fiscalizadas estavam operando sem licenciamento, causando poluição ambiental com avanço em Área de Preservação Permanente (APP), gerando erosão e sedimentos no leito dos rios Peixoto, Peixotinho e Braço Norte.
Leia também
Pivetta decreta emergência zoossanitária por 90 dias após foco de gripe aviária detectado em MT
Em reunião com participação de garimpeiros da cidade, ele criticou a atuação de um funcionário da Secretaria de Estado de Meio Ambiente que, segundo ele, trata os garimpeiros como "bandidos". O funcionário em questão seria um ex-garimpeiro, diz Nunes.
“E vou falar uma coisa pra vocês e faço questão que me filme. Existe um cara que era da cooperativa e sabe a história de cada um de vocês [garimpeiros]. Tem um cara que está na Sema hoje, que foi colocado por deputadinhos, que está na Sema de Guarantã [do Norte], é um dos caras que está mais arrebentando com vocês. Sabe onde que ele nasceu? Na cooperativa de Peixoto de Azevedo”, disparou em um vídeo publicado no site Pauta Livre MT.
“Hoje ele se veste como polícia e acha que vocês são bandidos e prendem vocês. Aconteceu tudo isso e eu quietinho. Mas eu estou nos bastidores falando com deputados para resolver isso. Esse cara vem toda vez rebentar com vocês. Esse cara foi criado dentro da cooperativa. Tirado daqui da cooperativa e colocado lá”, continuou.
Na sequência do vídeo, o chefe do Executivo pede que os garimpeiros se unam para pedir uma intervenção da cooperativa a respeito da atuação do secretário da Sema. “Tem uma coisa estranha nessa história. Por que vocês não ‘vêm’ pra dentro dessa cooperativa e cobram o porque esse cara está arrebentando com vocês, balseiros e garimpeiros de Peixoto?”.
“O cara tem poder de polícia de chegar prendendo e queimando e ninguém nunca falou nada. Eu tô tomando providência diferente, mas eu preciso do apoio de vocês. Vocês tem que ir na cooperativa e falar assim: ‘presidente, o cara tá indo lá com poder de polícia, parecendo o exército e arrebentando com balseiros e garimpeiros”’. “Isso tem que acabar. Tem que colocar gente na Sema que sabe falar com o povo”, finaliza.
No mês passado, a Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema) concluiu uma fiscalização em rios da região de Peixoto de Azevedo contra a prática de garimpo ilegal. A ação, que começou na sexta-feira (16), foi requerida pelo Ministério Público do Estado de Mato Grosso após risco eminente de contaminação da água fornecida à população em razão do garimpo ilegal.
De acordo com o balanço da operação, foram inutilizados nove motores diesel de balsas garimpeiras, sendo um escariante; sete antenas de internet Starlink; duas caixas gravimétricas de seis polegadas e oito barras de cano de seis polegadas, utilizados para extração ilegal. As multas relacionadas à degradação ambiental estão sendo calculadas.