O prefeito de Cuiabá, Abilio Brunini (PL), comentou o caso do humorista Leo Lins, condenado a oito anos e três meses de prisão por propagar discursos discriminatórios durante um show de stand-up intitulado "Perturbador", que já acumula mais de 3 milhões de visualizações no Youtube. Abilio fez referência a outro episódio de repercussão nacional em que a Justiça Federal absorveu Wesley Evangelista Lopes e Alexandre Roberto Borges, piloto e copiloto, que foram presos com 400 kg de cocaína em um avião monomotor em Penápolis (SP), em dezembro do ano passado.
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"Pelo que eu estou podendo perceber, traficar 400 kg de droga pode, fazer piada, não", disse o prefeito em entrevista nessa quarta-feira (11).
A decisão contra Leo Lins foi proferida pela 3ª Vara Criminal Federal de São Paulo. Além da prisão, a pena também impõe pagamento de multa e indenização por danos morais coletivos. A decisão judicial se baseou na Lei nº 7.716/89, que trata de crimes resultantes de preconceito de raça ou de cor, e entendeu que o conteúdo divulgado incitou o ódio e a intolerância contra diversos grupos sociais.
Entre os alvos das piadas estavam pessoas negras, nordestinas, gordas, com deficiência, LGBTQIA+, indígenas, judeus, evangélicos, soropositivos, além de menções consideradas ofensivas envolvendo abuso sexual, pedofilia e zoofilia.
Para o Ministério Público Federal, as falas estimulam a propagação da violência verbal e fomentam a intolerância, tendo como agravante o fato de terem sido difundidas em grande escala pela internet, já que o vídeo alcançou milhares de visualizações.
A defesa de Lins fala em censura e ainda pode recorrer.